Entre abril e julho deste ano, a Netflix perdeu quase um milhão de subscritores. Ainda assim, a queda foi menor do que as previsões antecipavam.
A perda de assinantes anunciada esta semana é a maior na história da empresa de streaming, sendo a maioria das desistências sentida nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa.
Após anos de crescimento e de ter revolucionado a forma de consumo de entretenimento pelo mundo, a Netflix deixou de ser “única” no mercado e enfrenta agora a concorrência de empresas como a Apple TV ou a HBO, por exemplo.
A posição de grande líder manteve-se até meados de 2020, quando o mundo se viu obrigado a isolar-se nas suas casas pela pandemia. Nesta altura, a empresa norte-americana era das poucas opções de streaming disponíveis.
Agora, os hábitos pré-pandémicos estão a voltar e o custo de vida está a aumentar, o que se traduz numa drástica diminuição das novas subscrições.
Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix, afirma que, atualmente, a empresa mantém grande parte das subscrições devido a “uma única razão”: a série "Stranger Things".
Partilha de palavras-passe
De acordo com a própria Netflix, o impedimento de partilhar palavras-passe será o maior contributo para o crescimento da empresa, sendo que esta prática tem custado por volta de seis mil milhões de dólares, por ano.
Segundo as normas da empresa, as contas são "apenas a uso pessoal e não comercial e não podem ser partilhadas com pessoas fora da sua residência".
Em alguns países da América Latina, os consumidores já estão a ser cobrados pelos serviços partilhados, solução que deverá ser replicada no resto do mundo.
Neste novo sistema, os planos de subscrição serão acedidos a partir de uma residência, sendo possível a adição de outras residências, mediante o pagamento de três euros por casa.
Esta problemática existe desde o surgimento da empresa, que até à data ainda não conseguiu encontrar uma solução para a mesma.
Mas a medida anunciada poderá obter resultados opostos aos pretendidos, afastando ainda mais assinantes e, consequentemente, diminuir as receitas.
No ano passado, a Netflix anunciou um aumento dos preços das suas subscrições.
Em Portugal, a subscrição padrão (que permite o visionamento em dois ecrãs, em simultâneo) tem um custo de 11.99 euros mensais, acrescentando um euro ao preço anterior. A subscrição Premium sofreu um aumento de dois euros, custando agora 15.99 euros, por mês.
A única subscrição que não sofreu qualquer aumento foi o serviço mais básico, que mantém o custo de 7.99 euros.