O presidente cessante da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o angolano João Lourenço, afirmou este domingo que o acordo de mobilidade, que entrou em vigor em janeiro deste ano, criou expectativas nas populações a que os governantes devem corresponder.
"Foi criada uma grande expectativa nas nossas populações com o anúncio da aprovação do acordo sobre mobilidade na CPLP, mas a realidade está ainda longe de corresponder à vontade expressa, situação que nos compete a nós corrigir", afirmou João Lourenço, no seu discurso de abertura dos trabalhos da 14.ª cimeira da organização, a decorrer hoje em São Tomé e Príncipe.
"Somos uma associação de países e povos com muitos aspetos em comum, que não se circunscrevem apenas à língua e que se estendem mesmo à nossa maneira de estar e de olhar para o mundo", afirmou, considerando que "estes fatores convergentes devem ser potenciados para eliminar as barreiras ainda existentes na prática e que dificultam a cooperação económica entre os países".
Por isso, a organização necessita de "recursos financeiros e materiais" que possibilite um "espírito de verdadeira irmandade de Estados".
"Isso só será possível se conseguirmos de facto assegurar uma mais fácil mobilidade no espaço CPLP, de forma legal, por via da supressão e simplificação dos processos de concessão de vistos de entrada nos nossos países", acrescentou o governante angolano, que nos últimos dois anos ocupou a presidência rotativa da CPLP, e que é assumida hoje pelo seu homólogo são-tomense, Carlos Vila Nova.
A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade".