Na moção de estratégia de Paulo Rangel, que vai ser entregue esta tarde, o candidato à liderança do PSD, defende que “os funcionários públicos devem beneficiar de prémios, não apenas em função dos resultados alcançados, mas também das poupanças que o Estado consiga obter”, lê-se no capítulo sobre administração pública a que a Renascença teve acesso.
Rangel entende que um dos pontos essenciais para acelerar o crescimento da economia é alterar o paradigma de relacionamento entre o Estado e os cidadãos e apostar na descentralização para as autarquias locais. Quer ainda reforçar a participação regional nas instâncias de decisão central, e defende, por isso, um Conselho de Ministros para o território que deve ter a periodicidade mensal, “que integre os ministros competentes em razão da matéria e os presidentes das CCDR’s.”
O candidato à liderança defende ainda que as CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional) devem ter “representação direta na cúpula decisória de agências económicas do Estado (AICEP, COMPETE)”.
Rangel quer criar uma agência anticorrupção
Noutro capítulo assume que o combate à corrupção é uma das suas prioridades e por isso propõe a criação de uma “agência anticorrupção altamente especializada e com poderes efetivos de investigação e prossecução criminal”, lê-se na moção de estratégia global.
O texto intitulado “Portugal: Ambição e Esperança” tem perto de 60 páginas, onde se apresentam medidas e propostas-piloto elaboradas pela equipa liderada por Miguel Poiares Maduro e pelo economista Fernando Alexandre.
Na área da educação, Paulo Rangel define três prioridades, que já tinha revelado na entrevista à RenascençaRenascença, como a aposta no ensino pré-escolar gratuito e universal, o aumento da formação profissional e técnico-profissional e por último “desenvolver um ecossistema de inovação e empreendedorismo ligando as universidades às 'start-ups' e atraindo talentos empreendedores nacionais e estrangeiros”, lê-se no documento.
A moção, que é entregue esta tarde na sede do partido, no momento em que Paulo Rangel formaliza a candidatura à liderança do PSD, começa por sublinhar que o partido precisa de mudança para ser a alternativa a um Governo socialista, “precisa de mudar de estratégia e mudar de líder”.
O texto faz um diagnóstico crítico aos últimos anos de governação socialista, mas aponta também erros à oposição que não soube nem apresentar uma alternativa clara, nem denunciar as falhas do Governo de António Costa.