As energias de fontes renováveis abasteceram mais de metade do consumo de eletricidade em Portugal, em 2021, avança a REN – Redes Energéticas Nacionais.
De acordo com os dados divulgados esta terça-feira, no último ano a produção renovável abasteceu 59% do consumo em Portugal. Destaque ainda para os 31% de energia consumidos com origem não renovável.
A energia hidroelétrica já representa 27% da produção renovável e ultrapassou a eólica, com 26% em 2021. Segue-se a biomassa, com 7%, e a fotovoltaica, com 3,5%.
A eletricidade de produção não renovável, consumida no país no último ano, teve sobretudo origem no carvão (29%). A última central encerrada no final de novembro (Pego, em Abrantes) foi responsável por menos de 2% do consumo, o restante é importado.
Consumos aquém dos níveis pré-pandemia
O consumo de eletricidade aumentou no último ano. Registou-se uma subida de 1,4%, ou 1,7% com correção de temperatura e dias úteis.
Ainda assim, o país ainda não atingiu os valores de 2019, quando a pandemia não impedia a plena atividade da economia. Em 2021 o consumo ficou ainda a 1,7% do valor registado em 2019.
Destaque ainda para a queda do consumo de gás natural no último ano, em 4,6%, face a 2020. Uma descida explicada sobretudo com a produção de energia e a opção pelas renováveis. Face a 2019, a queda é de 6%.
Dezembro mais quente reduziu o consumo
No último mês o consumo de energia elétrica caiu 1%, face ao mesmo mês de 2020. Se considerarmos os efeitos da temperatura e o número de dias úteis, a descida aumenta para 1,8%.
Segundo o relatório da REN, dezembro foi um mau mês para a produção hidroelétrica, com o índice de produtibilidade a cair mais de metade. Já a produção eólica esteve em alta, com a produtividade acima da média.
Contas feitas, a energia com origem renovável abasteceu 66% do consumo em dezembro, a não renovável abasteceu 26%, os restantes 8% foram importados.
No mercado de gás natural, em linha com os condicionamentos que se têm vindo a registar no mercado internacional, o abastecimento caiu 18% no segmento convencional e 1% no consumo global, compensado pela produção elétrica.