Pelo menos 1.000 pessoas juntaram-se este domingo na Praça do Comércio, em Lisboa, num apelo ao fim da invasão da Ucrânia, de acordo com números avançados pela organização.
Com bandeiras do país e cartazes em ucraniano, português e inglês, os manifestantes, sobretudo da comunidade ucraniana em Portugal, gritaram "Glória à Ucrânia" e "Salvem a Ucrânia".
Muitos cartazes dirigiram-se especificamente ao Presidente russo, Vladimir Putin, condenando a invasão. "Putin vai para casa", "não à Guerra", "Parem a guerra de Putin" ou "expulsem a Rússia do Swift" foram algumas das palavras de ordem ouvidas no protesto.
Entre gritos de "viva a Ucrânia", os manifestantes também fizeram ouvir, repetidamente, "Obrigado, Portugal".
O hino da Ucrânia ouviu-se várias vezes na Praça do Comércio, com muitos dos nacionais daquele país a cantarem de lágrimas nos olhos, como Irina, que vive há 21 anos em Portugal e que teme pela segurança do irmão, ainda no país que agora enfrenta a agressão russa.
Eugénio tem 16 anos, nasceu em Portugal, filho de pais ucranianos que estão com ele a participar na manifestação. Não sabe cantar o hino ucraniano, mas não hesita em dizer que é ucraniano e que está ali "por amor" ao seu país, gritando alto "salvem a Ucrânia".
A manifestação, convocada pela Associação dos Ucranianos em Portugal, começou ainda antes da hora marcada, às 14h30, e mais de duas horas depois as pessoas permaneciam concentradas na praça.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.