A presidente da Comissão Europeia remete a polémica sobre o procurador europeu nacional para o Conselho da União Europeia. A intervenção de Ursula von der Leyen tinha sido pedida pelo Partido Popular Europeu (PPE), grupo político onde se integram os eurodeputados do PSD.
A presidente da Comissão Europeia e mais oito membros do Colégio deslocam-se esta sexta feira a Lisboa para uma ronda de contactos com a presidência portuguesa do Conselho da UE.
Em vésperas da visita, Ursula von der Leyen concedeu uma entrevista por videoconferência aos correspondentes portugueses em Bruxelas. Questionada sobre o caso do magistrado português para a Procuradoria Europeia, Von der Leyen diz que "é matéria para ser decidida pelo Conselho" da União Europeia, não pela Comissão.
A líder do executivo comunitário garante que as duas vacinas já autorizadas na UE - a da BioNTech e da Moderna - vão permitir ter "doses suficientes para vacinar 80% da população europeia".
"E, outra boa notícia, ontem [quarta-feira] a AstraZeneca - a terceira companhia - solicitou uma autorização condicional de mercado e esperamos que isso aconteça no final do mês".
Ursula von der Leyen considera igualmente "bem-vinda" a proposta do primeiro-ministro grego de criar um certificado de vacinação reconhecido mutuamente pelos 27 para facilitar as deslocações na UE.
A atual situação sanitária na Europa "é séria", afirma. "O que vemos neste momento é um pico de infeções no seguimento dos feriados de Natal e o possível impacto de novas variantes. E isto é sério. Temos que estar vigilantes e fazer um bom seguimento, temos que ser muito disciplinados. Sei que o governo português está a monitorizar muito de perto a situação, admitindo mais ações para reduzir o impacto do vírus".
Ursula von der Leyen diz que a presidência portuguesa da UE oferece "expectativas muito positivas".
"Primeiro, claro, temos que trabalhar no duro para superar esta pandemia. Temos trabalho duro pela frente. Juntos, temos que apresentar o grande pacote do Next Generation UE, o nosso pacote de recuperação de 750 mil milhões de euros, e garantir que apoia não só a recuperação da economia europeia mas também a sua modernização, através do Pacto Ecológico Europeu, da digitalização e do reforço da resiliência", diz a líder do executivo comunitário, sublinhando igualmente o ênfase da presidência portuguesa no social com a cimeira que vai realizar em maio, no Porto.