Um juiz militar na Baía de Guantánamo, em Cuba, decidiu que um dos acusados pelos ataques de 11 de Setembro não está apto para ser julgado num caso de pena de morte, devido às consequências psicológicas que sofreu durante a sua detenção.
A informação, avançada pelo The New York Times, revela que Ramzi bin al-Shibh foi diagnosticado com transtorno de stress pós-traumático e transtorno delirante, consequentes da “tortura feita pela CIA”, afirma o advogado.
O homem iemenita, de 51 anos, seria presente a tribunal, esta sexta-feira, junto com outros quatro réus, para saber se seria condenado a prisão perpétua ou a pena de morte.
O coronel Matthew McCall, aceitou, no entanto, as conclusões dos médicos que tinham apontando anteriormente que al-Shibh estava demasiado frágil a nível psicológico para se defender em tribunal.
Segundo o jornal norte-americano, o conselho médico concluiu que al-Shibh tornou-se delirante e psicótico e, por isso, é considerado inapto para enfrentar julgamento ou se declarar culpado.
Bin al-Shibh disse que tem sido atormentado há anos por forças invisíveis que fazem a sua cama e cela vibrarem e que picam seus órgãos genitais, privando-o de sono. De acordo com o advogado, acrescentam-se os “interrogatórios reforçados”, tais como simulação de simulação, espancamentos e privação de sono por parte da CIA.
Os psiquiatras militares informaram que a condição o tornou "incapaz de compreender a natureza do processo contra ele ou de cooperar de forma inteligente” com a equipa jurídica.
Embora o iemenita seja retirado do caso, a audiência dos outros quatro réus deverá prosseguir conforme programado.
Bin al-Shibh foi acusado de ser cúmplice nos ataques que mataram 2.976 pessoas e é acusado de ajudar a organizar uma célula de sequestradores em Hamburgo, na Alemanha, cujo líder requisitou o voo nº 11 e o levou para o World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001.