Com os incêndios a dominar por completo a atualidade, há uma série de questões que importa esclarecer.
Nomeadamente, o porquê da dimensão destes fogos. Em agosto tivemos dias mais quentes, mas não houve incêndios com este grau de gravidade.
O Explicador Renascença esclarece.
Por que é que os fogos estão tão críticos?
A explicação estará na secura dos terrenos. Ou seja, em agosto e até nos meses anteriores tivemos temperaturas acima dos 30 graus, mas os terrenos não estavam tão secos como agora.
O que temos aqui é uma combinação atípica de fatores que acabou por potenciar as chamas.
Muito calor, muito vento, terrenos muito secos e, portanto, mais vulneráveis a este tipo de situação.
Por que é que os terrenos não estão limpos?
O dinheiro. Faltam verbas. De resto, Xavier Viegas, especialista em incêndios florestais, diz que todo esse trabalho de limpeza é muito caro e exige um forte investimento.
Muitos proprietários idosos, por exemplo, não têm recursos financeiros para limpar os seus terrenos.
É por isso que o especialista sugere que parte das verbas europeias possa ser aplicada nas operações de limpeza dos terrenos e das florestas, naquelas situações em que, comprovadamente, os proprietários não tenham os recursos necessários para custear estes serviços.
O que significa o estado de alerta até quinta-feira?
Significa que, para além da prontidão de todas as forças de socorro e segurança, a situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a máquinas.
Qual o primeiro balanço da área ardida?
Sim. Os sistemas que fazem essa contabilização revelam que nos últimos dois dias arderam cerca de 10 mil hectares só na área entre a área metropolitana do Porto e o distrito de Aveiro.
É tanto quanto o que ardeu no resto do ano, entre janeiro e o final de agosto.
É também uma área equivalente ao concelho de Lisboa.
Portugal conta com apoio europeu?
Portugal ativou o mecanismo de proteção civil da União Europeu.
França, Grécia, Itália e Espanha já prometeram ajudar.
Desde segunda-feira que dois aviões pesados de Espanha já operam no combate às chamas.