O Governo anunciou hoje um reforço adicional do orçamento do Serviço Nacional de Saúde de 500 milhões de euros, no âmbito do Orçamento Suplementar de 2020.
“Para reforço do apoio social e proteção do rendimento das famílias prevê-se um reforço adicional do orçamento do Serviço Nacional de Saúde de 500 milhões de euros, o que acresce ao reforço já efetuado no orçamento inicial para 2020 que já tinha sido um reforço substancial”, afirmou o secretário de Estado do Orçamento, João Leão.
No seu conjunto, estes reforços garantem um aumento do orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de cerca de 13% face ao orçamento de 2019, adiantou o novo ministro de Estado e das Finanças, João Leão, que substitui nestas funções Mário Centeno, cuja demissão do Governo foi hoje anunciada
Os valores foram avançados por João Leão na conferência de imprensa de apresentação do Orçamento Suplementar de 2020, que decorre no salão nobre do Ministério das Finanças, em Lisboa.
O ministro das Finanças demissionário, Mário Centeno, destacou, por seu turno, na conferência de imprensa, a resposta do Serviço Nacional de Saúde à pandemia e os “investimentos cruciais” e “muito focados” que foram realizados.
“A resposta que o Serviço Nacional de Saúde deu terá surpreendido muitos daqueles que erradamente associaram o Serviço Nacional de Saúde com supostas restrições a que teria sido sujeito ao longo dos últimos quatro anos”, afirmou Mário Centeno.
O ainda ministro sublinhou que “a verdade é que o Serviço Nacional de Saúde aumentou o seu investimento, a sua despesa, os seus recursos humanos, a sua capacidade de fazer exames, a sua capacidade de partilhar essa procura com o setor privado ao longo dos últimos quatro anos a um ritmo a que há muitas décadas não era observado em Portugal”.
“Não tenhamos a menor dúvida que se não tivesse sido feito esse investimento a resposta que o Serviço Nacional de Saúde hoje dá a esta epidemia não era aquela que nós temos observado”, vincou.
Mário Centeno lembrou o anúncio que já foi feito de um reforço de mais contratações para a saúde “muito focalizadas” nas áreas que consideram ser “absolutamente cruciais” para preparar o SNS como por exemplo “ao nível do apoio e da área intensivista”.
O Plano de Estabilização Económica e Social, publicado no sábado à noite em Diário da República, prevê a contratação de quase 3.000 profissionais de saúde até dezembro, para aumentar a capacidade de resposta do SNS nas suas diferentes dimensões.
Portugal está em situação de calamidade desde 03 de maio devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência durante 45 dias.
O país contabiliza hoje 1.492 mortos associados à covid-19 em 35.306 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).