Ou há um entendimento esta quinta-feira ou os bombeiros ameaçam avançar de imediato com a cobrança aos hospitais pela retenção de macas, assegura à Renascença o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
A segunda ronda negocial entre Liga, direção executiva do SNS e INEM está marcada para as 15h00 no Hospital de São João, no Porto e, nesta altura, António Nunes diz não ter qualquer perspetiva de um acordo que permita ressarcir as corporações de bombeiros pelos gastos “absolutamente insuportáveis” com o transporte de doentes.
O responsável lembra que o sistema integrado de emergência médica “é uma competência que cabe ao INEM e ao Ministério da Saúde” e que, por essa razão, “os bombeiros não podem continuar a ser cofinanciadores".
A reunião desta quinta-feira é, por isso, o fim da linha para que haja um acordo: "Andamos a alertar para esta situação desde outubro do ano passado. Já chega!”.
Questionado sobre quando é que o protesto dos bombeiros passaria a ter efeito, António Nunes diz “imediatamente”, que é o mesmo que dizer "provavelmente, na próxima segunda-feira, uma vez que precisamos de um dia ou dois para dizer às associações humanitárias como é que se deve proceder à elaboração dos mapas para apresentar a cada um dos hospitais ou ao próprio INEM”.
Além da cobrança de 50 euros por cada duas horas de retenção de macas nos hospitais, a LBP tem, também, aprovada uma resolução que prevê a suspensão do transporte de doentes que recebam alta hospitalar.
“No dia em que os bombeiros não fizerem as altas hospitalares, ao final do segundo dia tudo se vai resolver”, admite António Nunes.