O administrador financeiro da Portugal Telecom (PT) Luís Pacheco de Melo disse esta quinta-feira que o antigo presidente da operadora validou a transferência de 750 milhões de euros de dívida da Espírito Santo International (ESI) para a Rioforte. Na quarta-feira, Granadeiro afirmou só ser responsável por 200 milhões de euros.
Zeinal Bava, que garantiu desconhecer a aplicação, também esteve na mira de Pacheco de Melo: sempre soube de todas as operações, garantiu o ex-administrador na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Grupo Espírito Santo (GES) e do BES.
"O dr. Granadeiro, com o meu acordo, deu orientações para mudar para a Rioforte [a dívida que estava na ESI, ambas entidades do GES]", vincou Pacheco de Melo.
No Parlamento, Henrique Granadeiro disse ser responsável apenas por um investimento de 200 milhões de euros da PT SGPS na Rioforte, num total de 897 milhões de euros.
Pacheco de Melo diz que a primeira vez que ouviu falar do valor de 200 milhões foi quando Granadeiro saiu da operadora.
Entre 15 e 17 de Abril de 2014, a PT SGPS e a PT Finance renovaram as aplicações na Rioforte no valor de 897 milhões de euros, valor que nunca chegou a ser reembolsado, o que teve consequências no processo de fusão da PT com a brasileira Oi.
Bava também sabia de tudo
Em relação a Zeinal Bava, Luís Pacheco de Melo afirmou ainda que o antigo presidente executivo da operadora "sempre teve conhecimento" das aplicações feitas no GES.
Zeinal Bava, vincou Pacheco de Melo, "sempre teve conhecimento das aplicações no GES", mas como o responsável saiu da PT para a Oi em Junho de 2013, o ex-administrador financeiro não comunicou com Bava a mudança em Fevereiro de 2014 de títulos de dívida da PT da ESI para a Rioforte, ambas do GES.