Depois da abertura dos patrões, o Governo mostra-se disponível para subir o salário mínimo acima dos 600 euros no ano que vem.
O "compromisso" era avançar até 600 euros brutos mensais em 1 de janeiro de 2019, mas o secretário de Estado do Emprego disse terça-feira, à margem de um evento no Ministério do Trabalho, que esse valor não está fechado, escreve o “Diário de Notícias”.
"O Governo tem uma meta, mas vamos passo a passo. O debate ainda não abriu na concertação social, há de chegar a seu tempo. Vamos ainda durante o mês de julho apresentar na concertação mais um relatório de análise do SMN", afirmou Miguel Cabrita, sublinhado que estão atentos a todos os sinais. "O debate vamos tê-lo a seu tempo, que é no final do ano, nessa altura veremos qual é o equilíbrio possível."
O debate regressou esta semana, com alguma surpresa, através de António Saraiva, o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal. Em entrevista ao Jornal de Negócios, o líder da estrutura representativa dos patrões disse que "pode haver uma surpresa e não ficarmos confinados aos 600 euros". Referiu ainda que "os salários podem e devem subir, mas indexados à produtividade e crescimento".
Miguel Cabrita, que é secretário de Estado de José Vieira da Silva, referiu que executivo "nunca foi para nenhum debate sobre o salário mínimo com um valor inteiramente fechado".
No final do ano passado, havia 669,9 mil pessoas a ganhar o SMN (cerca de 20% dos trabalhadores por conta de outrem), segundo o Ministério do Trabalho.