O primeiro-ministro, António Costa, aproveitará a sua presença na Web Summit amanhã, quarta-feira, para defender a taxação dos "grandes gigantes do digital", que “não são tributados em sítio nenhum” e fazem "concorrência desleal" às empresas presentes no evento.
Em declarações aos jornalistas portugueses em Praga esta terça-feira, no final da reunião do grupo de países “Amigos da Coesão”, o primeiro-ministro confirmou que irá falar na Web Summit sobre a “taxação dos grandes gigantes do digital, que geram receitas muito grandes no espaço da União Europeia e que ou não pagam rigorosamente nenhum imposto ou pagam muito poucos impostos” no espaço comunitário.
“Quem está na Web Summit percebe isso perfeitamente porque qualquer ‘startup’, qualquer empresa que esteja a investir na área do digital, não deixa de pagar impostos no país onde está. Agora esses gigantes do digital, que ocupam um espaço global como se fosse um espaço de ninguém, e não são tributados em sítio nenhum, fazem manifesta concorrência desleal precisamente a essas pequenas e médias empresas, às ‘startups’ que estão na Web Summit”, avaliou.
Na luta a favor da taxação dos gigantes do digital, uma das maiores ‘aliadas’ de António Costa tem sido a comissária europeia da Concorrência e futura vice-presidente executiva da Comissão liderada por Ursula Von der Leyen, Margrethe Vestager, que também estará presente na Web Summit.
“Recordo-me de um discurso que a senhora Vestager fez com muita coragem na Web Summit dizendo “é inaceitável que vocês tenham de pagar impostos nos vossos países e os grandes gigantes do digital possam ganhar milhares de milhões de euros na Europa e não pagarem um cêntimo”, lembrou, ao mencionar a sua presença naquele evento.
Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é considerada um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores.
A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se em Lisboa desde 2016, vai manter-se na capital até 2028, depois de, em novembro do ano passado, ter ficado decidida a permanência da conferência em Portugal por mais 10 anos, após uma candidatura com sucesso.