O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) criticou esta sexta-feira a nova versão do sistema de Prescrição Eletrónica Médica (PEM), afirmando que veio “dificultar, atrasar e burocratizar” de “forma intolerável” o trabalho dos médicos no Serviço Nacional de Saúde.
“A atualização para a versão 2.4.0 passou a obrigar a introdução de até seis campos para cada medicamento prescrito, dois dos quais com mais de 50 de opções, quando até agora a posologia era indicada de forma simples e inteligível para o utente numa única linha de texto livre”, indica o SIM em comunicado.
Segundo o sindicato, para além da burocratização do trabalho médico, esta alteração “constitui um risco clínico para a segurança dos doentes, uma vez que dificulta enormemente a leitura e compreensão da posologia aos doentes”.
“Para além disso, a posologia de medicamentos é frequentemente incompatível com estruturação, como é o caso do medicamento Levodopa + Benserazida com a posologia "1/4 de manhã + 1/4 ao almoço + 1/4 ao lanche”, acrescenta.
O SIM apela, por isso, “à imediata reversão da medida recentemente implementada, eliminando a obrigatoriedade de posologia estruturada”.
“As aplicações informáticas devem estar ao serviço dos médicos. Não são os médicos que devem estar ao serviço das aplicações informáticas”, defende o sindicato.