André Ventura, líder e deputado do Chega, entrou com estrondo na convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL). Nem esperou que terminasse o painel anterior e entrou na sala, com uma vasta comitiva e aparato de câmaras de jornalistas, interrompendo um dos oradores e arrancando aplausos e protestos.
Quando subiu ao palco, deixou vários desafios à direita e críticas aos que o acusam de ser demasiado radical. É ao contrário, defendeu o líder do Chega. A prova são as sondagens, disse, acusando Rui Rio de não ter conseguido impor-se como oposição:
“As sondagens são muito claras. Não há uma sondagem que não coloque o Chega em terceiro ou quarto lugar. Isto significa duas coisas: que Rui Rio não tem conseguido fazer o seu papel de oposição à direita e que não há possibilidade nenhuma de governo à direita sem o chega. Não é nenhum autoelogio. São fatos e temos de lidar com factos para sermos coerentes na vida política”, afirmou André Ventura no Centro de Congressos de Lisboa, onde decorre a Convenção.
Quanto à esquerda, disse que é hipócrita e que faz baixa política há 46 anos... defendendo que merece pancada...política:
“Temos a esquerda mais hipócrita da Europa e à esquerda mais hipócrita da Europa dá-se pancada política”, disse no seu discurso à Convenção do MEL.
Ventura esteve sentado na primeira fila ao lado de Pedro Passos Coelho, o ex-líder do PSD, que fez questão de cumprimentar à chegada. Passos, que lançou Ventura na política quando o escolheu para liderar a lista autárquica a Loures, em 2017, assistiu à intervenção, aplaudiu no final e saiu antes de novo encontro com o líder do Chega.