O presidente do município de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, vai assinar uma petição contra alegadas fraudes com ajudas à reconstrução de casas destruídas pelo fogo de 2017, anunciou, esta segunda-feira, a autarquia.
"Sendo desejo público e manifesto da presidência da Câmara de Pedrógão Grande o apuramento cabal das suspeições levantadas por certos setores na atribuição daqueles apoios", Valdemar Alves "quer publicamente declarar" a sua adesão à iniciativa, o que fará esta segunda-feira, numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal em que o assunto será discutido.
Em comunicado, a Câmara Municipal adianta que o autarca, eleito há um ano em listas do PS, após ter cumprido um primeiro mandato pelo PSD, toma esta posição "a par de outras" já assumidas, "como seja a comunicação à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), o envio, com o pedido de averiguação, ao Ministério Público e, mais recentemente, a convocação da Comissão Técnica do REVITA", com o mesmo objetivo.
Mais de 3.800 pessoas já tinham assinado até hoje a petição pública na internet contra alegadas fraudes na reconstrução de habitações naquele concelho do distrito de Leiria.
Subordinada ao título "Petição contra a fraude nos apoios a Pedrógão Grande", a iniciativa de cidadãos encabeçada por Luís Miguel Figueiredo é promovida pelo movimento político Democracia 21, cuja fundadora, Sofia Afonso Ferreira, surge em segundo lugar na lista de subscritores.
Com a sua assinatura, Valdemar Alves vai manifestar apoio à petição pública "no sentido de se proceder a um inquérito parlamentar para apuramento das dúvidas em torno da atribuição de apoios para a reconstrução de casas ardidas" no ano passado no concelho, segundo a nota.
"Um movimento de cidadãos que tenta ser partido político, a partir de elementos identificados como dissidentes do PSD, denominado Democracia 21, tem promovido o referido abaixo-assinado", refere, indicando que aquela organização "deseja realizar uma ação de recolha de assinaturas" em Pedrógão Grande, hoje, durante a reunião da Assembleia Municipal.
O presidente da Câmara, antigo profissional da Polícia Judiciária, "aproveitará a ocasião para publicamente manifestar o apoio àquele abaixo-assinado, assim como todas as demais eventuais futuras iniciativas que tenham o mesmo sentido, assinando a petição", e convida os dirigentes do Democracia 21, a estarem presentes para "poder assim publicamente proceder à subscrição" da petição.
O grande incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.