O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, avisa que "se não se reduzir o horário semanal de trabalho dos médicos para as 35 horas, continuaremos a ter problemas sérios", porque os médicos vão procurar alternativas ao SNS.
"É uma questão de justiça", diz Roque da Cunha. "Trata-se de fazer com que os médicos passem a ter um horário de trabalho base, igual a de todos os funcionários públicos."
O dirigente do SIM discorda do ministro da Saúde, que, em entrevista à Renascença e ao jornal Público, defendeu que não se pode caminhar para uma solução que conduza a maiores dificuldades no SNS porque qualquer solução que diminua a carga de trabalho na urgência dos médicos vai agravar ainda mais a situação.
"Tem de haver consciência que a redução do horário de trabalho dos médicos para as 35 horas semanais permitiria contratar mais médicos e daí, diminuir a pressão", refere o presidente do SIM, lembrando que desde sempre defendeu as 35 horas semanais.
"Aceitamos que poderá não ser para todos, de forma imediata, mas, no prazo de um ano, um ano e meio, poderá ser uma realidade."
"Não temos qualquer dúvida de que seria um incentivo para as pessoas trabalharem no SNS. A situação, como está, não serve a ninguém", reforça.
Quanto às equipas dedicadas nas urgências dos cinco maiores hospitais do país, avançada nesta entrevista ao Ministro da Saúde, Roque da Cunha lembra que o SIM assinou há vários anos a regulamentação das equipas dedicadas de urgência, que já funcionam, um pouco por todo o país, sem qualquer tipo de regulação.
"Devemos apostar nessas equipas dedicadas como em Cascais, onde durante três meses, um médico que assim o entenda e com um acréscimo de salário faz a totalidade do seu horário em serviço de urgência.