O Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) vai criar um fundo para auxiliar famílias com crédito à habitação devido à subida das taxas de juro, indicou esta quinta-feira o chefe do executivo, referindo que a medida entrará em vigor este mês.
“Em função do rendimento das famílias, nós vamos apoiar na taxa de esforço”, disse Miguel Albuquerque, à margem de uma visita a uma empresa de serragens, em Câmara de Lobos, na zona oeste da ilha.
Segundo explicou o presidente do Governo Regional, o executivo está “a fazer o cálculo e um levantamento junto da banca para saber quantas famílias têm crédito [à habitação] e qual a taxa de esforço”, para “depois orçamentar [o fundo de apoio]”.
Miguel Albuquerque não adiantou, contudo, mais pormenores.
O presidente do Governo Regional considerou ser “decisivo e muito importante” auxiliar as famílias face à atual conjuntura de crise, mas manifestou-se contra a distribuição indiscriminada de dinheiro pela população.
“Eu não sou favorável a dar dinheiro a toda a gente”, declarou, acrescentando que “as ajudas devem ser proporcionadas em função do rendimento de cada um” e que “as famílias mais vulneráveis devem ter mais apoios, aquelas que têm mais rendimento devem ter menos”.
“É assim que se faz justiça social, não é dar dinheiro indiscriminadamente às pessoas”, reforçou.
Miguel Albuquerque reagia deste modo às propostas apresentadas pelo PS/Madeira no parlamento regional, no sentido de o executivo devolver aos residentes no arquipélago cerca de 87 milhões de euros de receita extraordinária que deverá arrecadar por via do IVA, tendo em conta a inflação e o facto de não aplicar a redução máxima de 30% prevista na Lei das Finanças Regionais.
O PS, maior partido da oposição madeirense, defende, por exemplo, a atribuição de 300 euros a cada madeirense com vencimento inferior a 2.700 euros e 500 euros por cada descendente, bem como 300 euros por cada pessoa institucionalizada.
“Já temos um pacote de ajudas às famílias que é muito maior do que o que o Governo nacional apresentou”, disse Miguel Albuquerque, realçando que “todo o dinheiro” que o executivo regional utiliza em apoios “leva em linha de conta o rendimento das famílias”.