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O bastonário da Ordem dos Médicos reconhece que há doentes que são internados sem sintomas da Covid-19, mas que acabam por contrair a doença em meio hospitalar.
Em declarações à Renascença, Miguel Guimarães fala de situações pontuais, mas que ocorrem.
“Cada doente que entra num hospital, seja pelo serviço de urgência, seja através de uma consulta externa, não faz o teste, por isso, alguma daquelas pessoas pode estar infetada e pode dar-se, também, o caso de pessoas que entram pelo serviço de urgência terem uma doença qualquer diferente da Covid-19 e serem internadas e poderem ser infetadas com outros doentes, com os profissionais e com as pessoas que circulam no hospital”, adverte o bastonário.
Essa é a razão pela qual Miguel Guimarães insiste na criação de unidades hospitalares exclusivamente dedicadas à Covid-19, uma proposta feita em março do ano passado, mas que o Governo rejeitou.
Miguel Guimarães diz que o Executivo ainda vai a tempo de recuperar a ideia, “se a situação se continuar a agravar, mas julgo que isso só será possível se houver uma integração dos doentes ao nível dos serviços de saúde”.
Também a bastonária da Ordem dos Enfermeiros reconhece que há situações em que os doentes que entram no hospital com outras patologias e que acabam por ver agravar o seu estado de saúde já no hospital, já depois de testarem positivo à Covid-19
Em declarações à Renascença, Ana Rita Cavaco lembra que “nos últimos anos, todos víamos imagens de doentes amontoados na urgência. Essas condições não se alteraram e nós temos um espaço finito para as pessoas que, com o Covid, veio piorar as situações”.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros vai ao pormenor e lamenta o estado em que se encontra o parque hospitalar e as instalações físicas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Os principais hospitais do país, muitos estão a cair de podres.
Em cinco anos como bastonária já vi tudo: serviços cheios de infiltrações, humidade, com portas partidas, onde faz muito frio ou muito calor, serviços com ratos. Infelizmente não temos tido uma política de investimento a sério no SNS”, conclui Ana Rita Cavaco.