O candidato presidencial Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, e o atual chefe de Estado e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, vão ter um debate televisivo em 20 de janeiro, no Porto Canal.
Em declarações à agência Lusa, “Tino” (Vitorino Silva) congratulou-se com a disponibilidade do Presidente da República para trocar ideias, apesar de as outras televisões lhe “terem fechado a porta”.
“Esse debate está confirmado, mas também quero discutir com outros. Quem quiser debater com o ‘Tino’ pode fazê-lo no Porto Canal ou noutro sítio qualquer. Eu só entro em casas em que as pessoas me abram a porta. Não mando na SIC, TVI nem RTP e não vou pedir esmolas. Eles é que mandam na casa deles”, disse o calceteiro, que se recandidata à Presidência da República depois de, em 2016, ter recebido 3,28% dos votos, num total de 152.094.
O presidente do RIR (Reagir, Incluir, Reciclar) referia-se ao critério adotado pelas televisões generalistas para a organização de debates presidenciais, segundo o qual só foram idealizados 15 confrontos entre os seis candidatos apoiados por partidos políticos com assento na Assembleia da República.
Na rede social Twitter, o diretor de informação do Porto Canal, Tiago Girão, já havia considerado “indispensável a realização de debates entre todos os candidatos a Presidente da República”.
“Iremos contactar todas as candidaturas e informar da disponibilidade do Porto Canal para receber os debates não agendados com Vitorino Silva”, escreveu Tiago Girão.
As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro. Este debate televisivo entre o atual “inquilino” do Palácio de Belém e o antigo autarca socialista de uma freguesia de Penafiel vai acontecer a escassos dois dias do final da campanha eleitoral oficial.
Campanha "low cost"
Tino de Rans revelou à agência Lusa que tem um orçamento previsto para a campanha oficial de 16 mil euros.
“O meu orçamento é de 16 mil euros, mas só 10 mil em dinheiro. Tudo o resto é em géneros porque vou usar o meu carrito, vou dormir em casa de amigos, nalgumas zonas do país, mas vai ser tudo apontado e contadinho, quilómetro a quilómetro, refeição a refeição”, afirma o candidato.
As previsíveis sete candidaturas elegíveis para a Presidência da República têm até segunda-feira para entregar os respetivos orçamentos para a campanha oficial, entre 10 e 22 de janeiro, no Tribunal Constitucional (TC).
Até agora, faltando apenas conhecer os valores da candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, a seguir a Tino segue-se o detentor do cargo Marcelo (25 mil euros), em termos de despesa prevista.
O dirigente da Iniciativa Liberal Tiago Mayan (40 mil euros), a ex-eurodeputada do PS Ana Gomes (50 mil euros), o deputado único e presidente do Chega, André Ventura (160 mil euros), e o eurodeputado e dirigente da cúpula do PCP, João Ferreira (450 mil euros), são os restantes candidatos ao sufrágio de 24 de janeiro cujos orçamentos são conhecidos.
Os juízes do Palácio Ratton receberam documentação de nove cidadãos com pretensões a candidatar-se a chefe de Estado, segundo fonte da secretaria-geral do TC, mas publicamente só os referidos sete entregaram pelo menos o mínimo exigido por lei de 7.500 assinaturas de cidadãos eleitores.
Apesar de o sorteio da ordenação dos boletins de voto estar marcado para segunda-feira de manhã, o TC tem até 04 de janeiro para verificar a admissibilidade das candidaturas, nomeadamente o número de assinaturas. Segue-se um período de recurso por parte das candidaturas consideradas inelegíveis ou com irregularidades e a decisão final é proferida até 11 de janeiro.