Os chefes de equipa do serviço de urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que engloba os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, recusam assumir responsabilidades sobre a assistência aos doentes por falta de médicos.
Numa minuta de escusa de responsabilidades entregue à administração, alegam que "não estão reunidas as condições para a prestação de cuidados de saúde de qualidade e com a necessária segurança”.
Em declarações à Renascença, Nídia Zózimo, uma das chefes de equipa do Santa Maria, refere que há “uma situação de grave carência de médicos, mas essencialmente uma escassez enorme de especialistas”.
Segundo esta médica, “uma equipa que tinha seis especialistas, agora tem três e é uma das mais completas. Existem equipas com apenas um especialista. Os outros são internos com um ou dois anos de experiência”.
Além disso, “as equipas escaladas para o serviço de Urgência não cumprem os mínimos recomendados pela Ordem dos Médicos para que seja assegurado o cumprimento das boas práticas clínicas, no período das 20h00 às 8 horas, durante os dias da semana, e durante as 24 horas dos fins-de-semana e feriados".
Quanto ao que pode, nesta altura, ser feito para colmatar a falta de especialistas, Nídia Zózimo não tem dúvidas: “o problema está na dureza do trabalho em Santa Maria, que é um autêntico porta-aviões”.
Por isso, “é preciso tornar mais atrativo ir para Santa Maria. A tutela tem de dar incentivos para fixar os especialistas”, receita.