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Começou a contagem decrescente para o alívio das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Na sexta-feira, deixam de existir muitos dos constrangimentos, mas os comerciantes ainda aguardam detalhes sobre os procedimentos. As regras ainda não foram publicadas em Diário da República.
O uso de máscara deixa de ser obrigatório no pequeno comércio e nos restaurantes, mantendo-se nas grandes superfícies. A Associação Portuguesa de Centros Comerciais critica a demora na divulgação das normas.
“Ainda não conhecemos as regras. Conhecemos as linhas gerais do que é que vai ser, mas ainda não conhecemos o detalhe. Normalmente, estas resoluções sem tardiamente e isso, de facto, é incompreensível, porque deveria ser gerido de outra forma”, defende o diretor executivo da associação.
Rodrigo Moita de Deus denuncia ainda incoerências nas medidas anunciadas há uma semana pelo primeiro-ministro.
“O uso de máscara nos restaurantes dos centros comerciais: como se vai proceder? E a questão dos centros comerciais a céu aberto, se forem equiparados a centros comerciais fechados, não faz sentido”, aponta, em declarações à Renascença.
O pequeno comércio, como os cabeleireiros, tem as mesmas dúvidas. Miguel Garcia, presidente da associação que representa este setor, está preocupado e aguarda com expectativa a publicação das novas regras.
“Nós estamos um bocadinho preocupados, à espera do diploma legal que ainda não saiu, não foi publicado com todas as normas. Sabemos o que disse o primeiro-ministro e estamos expectantes para ver o que vai sair”, começa por dizer.
“Nós temos uma proximidade grande com o cliente, seja na altura de lavar a cabeça, seja na altura do corte, da estética ou na manicure. Numa fase inicial, independentemente de estarmos à espera da saída do diploma legal, nós associações iremos depois tomar uma posição pública mas, para já, parece-nos de bom tom mantermos, pelo menos até ao final do ano, o uso da máscara”, diz o presidente da Associação Portuguesa de Barbearias, Cabeleireiros e Institutos de Beleza.
“Por questões de prevenção, e até para dar um sinal de credibilidade do nosso espaço de que é seguro, é de bom tom mantermos as máscaras até ao final do ano”, reforça Miguel Garcia.
“A opção é do cliente”
A Renascença saiu à rua para sentir melhor o que sentem profissionais e clientes. No Porto, Alberto Machado impõe a máscara aos funcionários do cabeleireiro e vai tentar sensibilizar os clientes a fazer o mesmo.
"Estou convencido de que as pessoas vão usar a máscara", diz.
Já Filinto Pinto, gerente de uma sapataria, diz que deixa nas mãos do cliente o uso da máscara. “Se quiser entrar sem a máscara, não o vamos obrigar”. Contudo, “se a loja estiver com muitos clientes, pediremos que use”.
Num minimercado de frescos, Carlos Aguiar diz que, se a lei não obriga, o cliente que queira entra sem máscara. Até porque se trata de “um espaço aberto, amplo” e “a porta está sempre escancarada, seja verão ou inverno”.
Da parte dos clientes, Gabriela Carvalho não tem dúvidas de que continuará a usar máscara, “porque ainda não estamos livres da pandemia e, portanto, é uma questão de segurança. Em espaço fechado, vou usar”.
Já Emília Roque tem outra opinião e não pensa usar máscara em pequenas lojas com porta para a rua. “Se for a uma loja dessas, não, porque tenho respiração para fora”. Mas no cabeleireiro, “aí sim”, vai colocar.
Recorde aqui o que disse o primeiro-ministro depois do Conselho de Ministros de dia 23 de setembro, a última quinta-feira, sobre a terceira fase de desconfinamento.