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Cerca de um milhar de pessoas participou este sábado numa concentração na doca de Faro contra as restrições impostas pelo Governo na restauração e hoteleira e exigem novos apoios para o setor.
A iniciativa promovida pelo movimento cívico “A Pão e Água” contou com a participação de empresários de vários pontos do país que reivindicaram medidas económicas mais abrangentes para que possam salvar estes setores, e evitar falências e despedimentos.
Os manifestantes ostentavam cartazes em que se lia “1.200 milhões para a TAP e para nós 20% de nada”, “Microcomércio e restauração a mesma condição, daqui a pouco nem água nem pão” , “Oito meses impedidos de trabalhar e de sustentar a nossa família” ou “Não há saúde sem economia”.
O chefe cozinheiro algarvio Leonel Pereira, um dos rostos e oradores do protesto, destacou à Lusa que o setor “só sobreviverá à pandemia” se houver uma redução de 50% do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), uma isenção total da Taxa Social Única (TSU) e apoios a fundo perdido sem ser na forma de linhas de crédito, com anunciou o Governo.
Revelando ser a primeira vez que participa numa manifestação, o chef criticou o executivo socialista, que “não dá ouvidos” aos empresários, mas também o Presidente da República, que, no seu entender, “não exerce” a sua função e mantém uma atitude “obsoleta”.
Para o empresário da restauração farense Miguel Gião, organizador da manifestação na capital algarvia, é necessário optar entre “deixar trabalhar ou pagar para estar fechado”. Os atuais horários, disse, não permitem fazer face às despesas.
A diretora-geral do Hotel Faro afirmou ser “impossível saber” quanto tempo ainda vão “conseguir resistir”, já que sabem com que apoios podem contar até dezembro e que em março terão de fazer face aos “financiamentos contraídos”, mas desconhecem que apoios vão ter até lá.
“Se a pandemia se mantiver e as expectativas de ocupação de 5% se mantiverem, é muito difícil subsistir”, admitiu Sofia Hipólito.
A empresária revelou que o hotel se está a tentar reinventar investindo no teletrabalho, com uma aposta em estadias longas e criando um ambiente em que as pessoas tenham “melhores condições de trabalho do que as que têm em casa”.
No apoio aos empresários, o presidente da Câmara Municipal de Faro afirmou que a autarquia tem tomado medidas como a isenção da ocupação do espaço público, o alargamento das esplanadas e a isenção da Derrama, mas que “não resolvem o problema de tesouraria da restauração”.
“Muitos estão aqui e têm de ser ouvidos e têm de se sentar com o Governo e decidir as melhores medidas, para que possam sobreviver e ajudar à recuperação do país a seguir a esta pandemia, tal como no tempo da ‘troika’, defendeu Rogério Bacalhau.
Nas várias intervenções os oradores apelaram aos manifestantes em Faro para que se juntem à manifestação marcada para 25 de novembro em Lisboa, junto à Assembleia da República.