O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, reafirmou esta segunda-feira o compromisso em conseguir um acordo com os Médicos e com os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, mas defendeu a ideia de que esse compromisso não pode ser alcançado a qualquer custo.
“Continuaremos, como até aqui, empenhadíssimos na intenção de gerar consensos e acordos. Mas não serão quaisquer acordos. Serão os acordos possíveis que acomodem os compromissos que o Estado pode, em sede de orçamento, de facto acomodar”, defendeu Adalberto Campos Fernandes, a ser ouvido no parlamento sobre o orçamento para o sector da saúde.
“Falta-nos arrumar a questão de um pré-acordo com duas áreas muito importantes: os médicos e os técnicos de diagnóstico e terapêutica”, clarificou o ministro da tutela, anunciando o início de uma segunda ronda negocial já esta terça-feira com os últimos.
Questionado pela deputada do PCP sobre a situação das negociações com os médicos, o ministro informou os deputados que já se chegou a acordo “em relação a algumas das reivindicações” dos médicos, mas reconheceu “uma grande dificuldade em conseguir aceder no tempo [exigido] a duas reivindicações”.
Os médicos reivindicam a redução do número de utentes por médico de família, uma medida que, segundo o ministro da Saúde, “comprometeria no imediato a concretização de uma medida política inscrita no programa de governo, que é a cobertura total de médicos de família”, bem como a redução do número de horas de urgência semanal de 18 para 12 horas. Duas reivindicações que o executivo não está disposto em recuar para não comprometer a promessa inscrita no programa de governo.
“O que temos proposto aos sindicatos é um diferimento e um prolongamento no tempo dessa redução”, informou o ministro, que só está disposto em reduzir o número de utentes por médico de família depois de se atingir a cobertura total.
De acordo com a estimativa do governo, a redução do número de horas de urgência teria um encargo de 120 milhões de euros para os cofres do Estado.