Bispo de Vila Real recomenda adiamento de batismos e casamentos e apela à maturidade cívica
25-05-2020 - 15:24
 • Olímpia Mairos

D. António Augusto Azevedo considera que “os últimos tempos puseram à prova os pilares da sociedade que constituímos, os valores que partilhamos, mas deixaram grandes interrogações e desafios para o futuro”.

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Com a retoma das eucaristias e outras celebrações comunitárias já no horizonte, o bispo de Vila Real dirige uma mensagem a todos os diocesanos onde exorta os cristãos a darem “exemplo de maturidade cívica e de compromisso com o bem comum”. D. António Augusto Azevedorecomenda o adiamento de batismos e casamentos.

D. António Augusto Azevedo começa por “dirigir uma palavra de ânimo e conforto aos doentes e às famílias atingidas por esta pandemia” e também uma palavra de “solidariedade a todas as vítimas das suas graves consequências que se começam a evidenciar, como o desemprego, as carências económicas ou as fragilidades psicológicas”.

A todos o bispo diocesano assegura a sua preocupação e oração, assim como o apoio que a Igreja “puder dar”.

O bispo da diocese de Vila Real declara que a pandemia “alterou completamente as nossas vidas pessoais, com implicações profundas na vida das famílias, instituições, empresas e também na vida pastoral das comunidades cristãs” e manifesta o seu “reconhecimento pelo modo prudente e responsável como quase todos têm enfrentado esta adversidade”.

“Não posso deixar de realçar o esforço de muitos padres e leigos em manterem as comunidades cristãs unidas e com a vitalidade possível nestas circunstâncias, bem como exaltar as múltiplas iniciativas dos secretariados diocesanos, movimentos e grupos, sempre com a marca da criatividade pastoral, aproveitando as potencialidades do mundo digital”, realça.

O responsável pela Diocese de Vila Rela sublinha que “estes sinais de renovação” têm evidenciado um “maior protagonismo das famílias e dos jovens” e são “promissores” para o futuro da diocese.

D. António Augusto considera que “os últimos tempos puseram à prova os pilares da sociedade que constituímos, os valores que partilhamos, mas deixaram grandes interrogações e desafios para o futuro”.

“Esta provação está a dar-nos a oportunidade de olhar para a vida de outra forma, de (re)aprendermos muitas coisas que tínhamos esquecido e de percebermos que há muito a (re)construir”, observa.

No que respeita à vida da Igreja, “esta crise obrigou-nos a desinstalar de algum conformismo e rotina, a superar alguma apatia, ousando novas possibilidades”, constata o bispo de Vila Real.

No entender de D. António Augusto Azevedo a crise pandémica, acima de tudo, remeteu a Igreja para “o essencial da fé, mistério de confiança e abandono nas mãos de um Deus que nos fala mesmo no silêncio e no sofrimento”.

“Nesta circunstância pouco habitual pudemos comprovar como a fé autenticamente cristã precisa da família para ser gerada, da comunidade cristã para crescer e ser partilhada e da oração para respirar e se animar”, declara o prelado.

A retoma “exige de todos a mesma prudência e responsabilidade”

O bispo de Vila Real refere que a retoma das eucaristias e outras celebrações comunitárias a 30 maio, véspera da Solenidade do Pentecostes, a todos deve animar, mas assinala que “estes passos de um desconfinamento gradual exigem de todos a mesma prudência e responsabilidade”.

Aos fiéis da diocese, D. António Augusto renova o apelo para que “continuem a dar exemplo de maturidade cívica e de compromisso com o bem comum”.

O bispo diocesano faz saber que as orientações da CEP devem ser integralmente respeitadas e cumpridas no âmbito da Diocese de Vila Real, durante este período de pandemia, e indica um conjunto de orientações sobre o regresso das cerimónias com presença de fiéis.

Neste contexto sugere a criação de equipas de acolhimento, para que, em colaboração com os párocos, preparem devidamente as celebrações.

Aos mais idosos, fragilizados ou pertencentes a algum grupo de risco, aconselha a acompanharem as celebrações através dos vários meios de comunicação social ou da internet, “cumprindo assim o preceito dominical”.

Aos fiéis que vão participar nas celebrações recomenda que procurem estar informados das alterações de procedimentos, para “minimizar os riscos de contágio e defender a saúde de todos”.

“É obrigatório o uso de máscara ao entrar na igreja e a higienização das mãos”, lembra D. António Augusto, sublinhando que a regra do distanciamento vai “implicar uma redução da capacidade de cada igreja”.

“Em cada paróquia se estabelecerá o modo concreto de definir os lugares disponíveis e as modalidades possíveis para prevenir ou remediar a afluência de fiéis. Uma delas poderá ser a alteração dos horários e locais das missas”, aconselha o responsável pela diocese de Vila Real, assinalando que são possíveis celebrações ao ar livre, sempre que se justificarem e onde houver condições, respeitando as regras litúrgicas e todas as normas de segurança.

O bispo de Vila Real recomenda o adiamento dos “sacramentos do batismo e matrimónio” e se tal não for possível, indica que “devem ser celebrados no respeito pelas orientações da CEP”.

“Da mesma forma, no sacramento da reconciliação devem ser respeitadas as regras definidas, para defesa do penitente e do confessor, nomeadamente o uso de máscara”, observa o prelado.

Recordando que as exéquias são “momentos especialmente sensíveis que exigem cuidados redobrados”, o bispo de Vila Real esclarece que “devem ser respeitadas as normas das várias entidades públicas e as orientações da Igreja” e desaconselha nesta fase “os ofícios dos defuntos na forma pública, podendo ser rezados particularmente”.

Na diocese transmontana, as celebrações do sacramento da confirmação e as visitas pastorais continuam adiadas para o próximo ano pastoral, quando houver condições para a sua realização.

Até ao final do ano pastoral, na diocese transmontana as atividades eclesiais que impliquem maior aglomeração de pessoas como a catequese, reuniões e encontros devem ser feitas por meios telemáticos.

Em relação às “peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas”, D. António Augusto lembra as orientações da CEP, para afirmar que “continuam suspensas até novas orientações”, apesar da “pena que esta medida causará a todos”.

“Este conjunto de recomendações visa proteger a saúde de todos os que frequentam as nossas igrejas e participam na vida das comunidades. Agora, mais do que nunca, precisamos de cuidar uns dos outros, sobretudo daqueles nossos irmãos mais afetados por esta crise pandémica e pelas suas consequências”, assinala o prelado.

A finalizar o documento, o bispo da Diocese de Vila Real deixa uma mensagem de “ânimo, confiança e esperança”, lembrando a missão deixada por Jesus, na sua Ascensão, “e a promessa de que estaria connosco até ao fim dos tempos”.

“Esta certeza anima-nos a continuar a cumprir hoje essa missão com entusiasmo e dedicação”, conclui o prelado.