O Presidente russo, Vladimir Putin, não será detido se participar na próxima cimeira do G20, que se realizará no Rio de Janeiro em 2024, assegurou este domingo o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Putin é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) emitido em março, por suspeita de crimes de guerra pela deportação de crianças ucranianas.
Desde então, não viaja para todos os países e tem falhado reuniões internacionais como a cimeira do G20, que terminou hoje em Nova Deli, em que esteve representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.
Lula da Silva garantiu, numa entrevista a uma televisão indiana, que Putin vai ser convidado para visitar o Rio de Janeiro.
"Posso dizer que se eu for Presidente do Brasil e ele vier ao Brasil, não há nenhuma razão para ele ser preso", disse Lula, citado pela agência francesa AFP.
Moscovo nega as acusações do TPI, afirmando que o mandado de prisão contra o líder russo é "nulo e sem efeito".
Os alegados crimes terão sido cometidos no âmbito da guerra que a Rússia iniciou com a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
O Brasil é signatário do Estatuto de Roma de 1998, o tratado internacional que levou à criação do TPI em 2002, pelo que, teoricamente, deveria deter o Presidente russo se este entrasse no território brasileiro.
Lula lembrou que os líderes dos BRICS, bloco de países emergentes que inclui Brasil e Rússia, se vão reunir em território russo antes da próxima cimeira do G20.
"Todos vão à cimeira dos BRICS, por isso, espero que venham à cimeira do G20 no Brasil. No Brasil, eles vão sentir um clima de paz", afirmou Lula.
"Gostamos de cuidar das pessoas. Por isso, acho que o Putin pode facilmente vir ao Brasil", acrescentou.
O G20 reúne Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e União Europeia.
A União Africana foi admitida no grupo no sábado.