O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alerta para o aumento da fome no mundo, depois de uma década de retrocesso, sublinhando que África apresenta os valores mais altos.
"Depois de um período de declínio pronunciado, a fome no mundo está a crescer", disse Guterres, hoje, na abertura de uma reunião paralela à cimeira da União Africana (UA), a decorrer em Adis Abeba, Etiópia.
O secretário-geral da ONU acrescentou que "a agricultura e a pecuária em África estão sob ameaça devido, sobretudo, ao aumento de conflitos e às alterações climáticas".
A reunião apresentou os resultados dos progressos obtidos desde a assinatura da declaração de Malabo, para acelerar o crescimento da agricultura e melhorar o nível de vida.
O presidente da Guiné e representante da UA, Alpha Conde, na sua intervenção, sublinhou a importância de garantir "que a fome não seja um problema para o continente", em 2025.
Conde sublinhou a necessidade de as instituições panafricanas, como a UA ou a Nova Aliança para o Desenvolvimento de África (NEPAD), se unirem "para coordenar esforços a nível nacional, regional e continental".
O encontro, a que assistiram líderes africanos como o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegne, destinava-se a identificar os sucessos nas áreas de trabalho, que devem ser reforçadas a todos os níveis, antes de 2030, prazo para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentado das Nações Unidas e a erradicação da fome.
Segundo o relatório anual da ONU sobre segurança alimentar e nutrição mundial, o aumento da fome deve-se, sobretudo, aos efeitos das alterações climáticas e ao aumento dos conflitos armados.
O relatório alerta ainda para problemas como o excesso de peso e a obesidade infantil, devido à mudança dos hábitos alimentares e à desaceleração económica a nível mundial.