Ontem, durante todo o dia, desfilaram pelas televisões, rádios e redes sociais as mais amplas abordagens aos acontecimentos de Moreira de Cónegos, tanto no plano desportivo como no plano social.
Por isso, não sobram palavras para acrescentar às múltiplas condenações de que muitos agentes ligados ao futebol fizeram eco. Continua, porém, em falta uma intervenção do Futebol Clube do Porto, que não pode colocar-se à margem de tudo quanto aconteceu na noite tenebrosa de segunda-feira, tanto dentro como fora das quatros linhas do estádio.
Só que, pelo que já se percebeu, não vale a pena esperar por quaisquer palavras da entidade portista. E é pena que tal aconteça.
Importante, nesta altura, é também refletir e acautelar o futuro imediato. Estamos a cinco jornadas do fim do campeonato, há ainda muitas coisas para decidir, e o ambiente está ao rubro, por motivos bem conhecidos.
A Liga dos Campeões, e sobretudo as receitas que da mesma emanam, é por agora o assunto mais premente.
E, se é verdade que o Sporting parece estar mais perto de atingir esse objetivo, Porto e Benfica discutem entre si a possibilidade de chegar ao pote de ouro a que apenas um, de forma definitiva, poderá ter acesso após a nossa jornada trinta.
Daí a necessidade de colocar em campo todas as medidas que obstem ao surgimento de novas convulsões, que voltem a envergonhar o futebol português na Europa e no resto do mundo.
Cabe essa tarefa às entidades desportivas, mas o Governo deverá ter igualmente uma palavra.
É que os arrependimentos tardios não ajudam a resolver más situações.