Benjamin Netanyahu desistiu esta segunda-feira de formar um novo Governo em Israel, uma vez que não conseguiu uma coligação que lhe ofereça a maioria no Knesset, o Parlamento israelita.
O primeiro-ministro, que está no cargo ininterruptamente desde 2009 e que é o chefe de Governo com mais tempo em exercício do país, dá assim uma oportunidade ao centrista Benny Gantz para o substituir.
Netanyahu, que lidera o Likud (direita), venceu as eleições legislativas em setembro, conseguindo 32 dos 120 deputados do Knesset e uma aliança que chega aos 55. Gantz, da coligação Azul e Branco, ficou com 33 lugares, garantindo posteriormente o apoio de 54, no total.
A quase igualdade levou os dois líderes a propor um Governo de união, mas ambos querem liderá-lo. Por isso, Netanyahu devolveu o mandato ao presidente Reuven Rivlin, que pretende dar a Gantz a tarefa de formar Governo.
"Durante as últimas semanas fiz todos os esforços para trazer Benny Gantz para a mesa das negociações, todos os esforços para juntar um Governo de coligação, todos os esforços para evitar outra eleição”, garantiu Netanyahu, que faz 70 anos esta segunda-feira.
Gantz terá 28 dias para chegar a bom porto e reunir apoios no Parlamento. Se não o conseguir, será quase certo que haja novas eleições, as terceiras desde abril.
O Azul e Branco já sublinhou, em comunicado, que está determinado a “formar um Governo liberal de unidade”.
Netanyahu, que já leva mais de 13 anos no cargo – também liderou os destinos do país entre 1996 e 1999 – está sob suspeita de corrupção, o que poderá levar o Ministério Público local a avançar com uma acusação.
O primeiro-ministro em funções nega o envolvimento em qualquer caso, mas Gantz, um antigo chefe militar, recusa-se a fazer parte de um Governo em que o primeiro-ministro está sob suspeita.