A hotelaria nacional estima uma perda de receitas turísticas entre 500 e 800 milhões de euros durante o período entre 1 de março e 30 de junho.
A projeção foi divulgada nesta quinta-feira pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), numa conferência de imprensa.
A estimativa aponta para uma perda entre 4,4 e 7,3 milhões de dormidas durante o mesmo período – e isto ainda sem efeitos do anúncio do Presidente dos EUA, Donald Trump, que na quarta-feira anunciou a suspensão dos voos oriundos de todos os Estados-membros da União Europeia.
A previsão tem como base o inquérito aos associados, realizado entre os dias 2 e 10 de março, cujos dados são atualizados diariamente, para saber qual o impacto que o Covid-19 está a ter na hotelaria nacional.
Num cenário mais positivo, com perdas de 30% das receitas internacionais na hotelaria, as perdas estimadas são de 500 milhões de euros. Já num cenário de queda de 50% nas receitas internacionais, as perdas poderão ser de 800 milhões de euros até dia 30 de junho.
Muitos têm sido os eventos a serem cancelados desde o início de março, altura em que apareceu o primeiro caso confirmado do novo coronavírus em Portugal.
Nesta altura, existem 78 casos confirmados, dos quais 69 estão internados.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.
O boletim divulgado nesta quinta-feira assinala também a existência de 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância.
Na quarta-feira, o Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde. O Governo anuncia esta noite, às 20h00, a decisão final sobre este assunto.
Entretanto, já várias universidades e outras escolas decidiram suspender as atividades letivas.
As medidas já adotadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.