“Iremos ajudar o presidente a encontrar Mulheres!”. A promessa, que é ao mesmo tempo um apelo, é de Lina Lopes, deputada do PSD e presidente da Academia de Formação Política para Mulheres Social-Democratas (MSD), que enviou mensagens a todas as coordenadoras do movimento para que digam se estão disponíveis para serem candidatas a câmaras e a juntas de freguesia.
Lina Lopes promete entregar os nomes diretamente ao presidente do PSD, Rui Rio, apesar de serem as concelhias e as distritais as entidades responsáveis pela formação de listas.
“É altura de ajudar o presidente do partido! assim peço as coordenadoras distritais e a todas as que estão neste WhatsApp que me façam chegar a vossa disponibilidade e também de outras mulheres que estejam interessadas em integrar listas para câmaras e freguesias”, lê-se na mensagem a que a Renascença teve acesso. Lina Lopes também é coordenadora das Mulheres Social-Democratas (MSD).
A mensagem foi reencaminhada várias vezes e por várias mulheres e homens, militantes do PSD, questionando a forma encontrada para calar as críticas feitas ao partido. Até agora, a comissão autárquica anunciou apenas três candidatas em mais de 100 como cabeças de lista para as próximas eleições autárquicas.
"É de bradar aos céus", considerou uma deputada, que afirma à Renascença ser “o estilo de Lina Lopes”. Algumas das mulheres que estão no Grupo de Amigas MSD receberam a mensagem e apressaram-se a partilhar com colegas, considerando tudo “um disparate”.
A mensagem foi enviada depois de, neste sábado, o presidente do PSD, Rui Rio, ter dito que tinha dificuldade em arranjar mulheres para as listas autárquicas. Rio e a falta de candidatas autárquicas no PSD: "Batemos de frente com a realidade e há muito poucas mulheres disponíveis". Rio falava na academia de formação para mulheres, que decorreu no sábado sob coordenação de Lina Lopes.
Na sua mensagem, a deputada pede que as mulheres do PSD enviem o nome, uma pequena nota biográfica com contactos de mail e de telefone e a indicação de que a que câmara ou junta estão disponíveis para se candidatarem. “E se consideram estar em condições de ser presidentes de juntas indiquem essa motivação dizendo as razões por que consideram que seriam uma excelente presidente de junta”, acrescenta, lembrando que existem quotas de 40% de nomes nas listas que têm de ser preenchidas por mulheres.
“Assim iremos ajudar o presidente a encontrar mulheres! Provavelmente têm-lhe dito que não existem”, escreve a dirigente social-democrata, que pede às mulheres do PSD que lhe enviem os dados durante a semana para que os possa enviar até sábado a Rui Rio.
As listas de candidatos devem, contudo, ser feitas e aprovadas pelas concelhias e, depois aprovadas, pelas distritais, antes de serem homologadas pela direção nacional. Mas Lina Lopes pede diretamente às coordenadoras distritais que lhe enviem os nomes. “Peço as coordenadoras dos vários distritos esse trabalho e também aquelas que não sendo coordenadoras e queiram integrar listas me façam chegar essa vontade sempre com um pequeno registo biográfico!”, apela.