"Nos próximos dez dias, este número poderá duplicar", declarou o governador do Havai, Josh Green, à televisão CNN, anunciando a descoberta de mais três corpos.
Segundo o governador, a maioria dos corpos encontrados até à data encontram-se perto da orla marítima ou no oceano. Dezenas de pessoas saltaram para a água para escapar às chamas.
"Estamos a ser esmagados pelas circunstâncias das mudanças climáticas e da tragédia ao mesmo tempo", lamentou Green.
Na cidade de Lahaina, na ilha de Maui, o fogo foi tão intenso que derreteu o metal. A polícia está a apelar aos familiares das pessoas desaparecidas para que façam um teste de ADN para ajudar a identificar os corpos.
De acordo com o governador, 1.300 pessoas ainda estão desaparecidas. Este número está a diminuir à medida que as comunicações são gradualmente restabelecidas e os residentes conseguem localizar os familiares.
Para além da procura dos corpos, o outro desafio de Maui é agora alimentar e alojar os milhares de sobreviventes.
Em Kahului, na costa norte da ilha, vários chefes de cozinha de renome estão a preparar nove mil refeições por dia, com a ajuda de um exército de voluntários.
"Alguns dos nossos chefes perderam as suas casas [no incêndio] e estão aqui connosco, a cozinhar para as pessoas. Isto dá-nos uma ideia do que é este espírito 'Aloha'", disse Sheldon Simeon, um deles, à agência de notícias France-Presse (AFP), referindo-se à filosofia de vida havaiana.
Segundo as autoridades, os prejuízos do incêndio de Lahaina, antiga capital do arquipélago e uma das zonas turísticas mais populares do Havai, devem ascender a 5,52 mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros).
Durante os incêndios, os avisos oficiais na televisão, na rádio e no telemóvel revelaram-se inúteis para muitos habitantes sem eletricidade ou sem rede elétrica. As sirenes de alarme permaneceram em silêncio. Foi aberto um inquérito para analisar a gestão da crise.