Há um número indeterminado de consultas adiadas nos principais hospitais do país, em consequência da greve dos médicos que vai durar até amanhã.
No Hospital Santa Maria em Lisboa, por exemplo, há cerca de uma dezena de profissionais que estão a cumprir esta greve, e que está a motivar o cancelamento de várias consultas e também o regresso de vários doentes para casa.
É o caso de José Pereira. Vinha para uma consulta de Urologia, estava marcada há dois meses, fez 40 minutos de viagem, desde Sesimbra, para chegar ao hospital e foi informado de que não teria a consulta.
Este utente diz à Renascença que compreende a greve, mas considera que se deveria tentar avisar os doentes com mais tempo.
“Se fosse um aviso prévio - ‘olhe amanhã não vem’ - não se perdia tempo, não se perdia ordenado e, assim, perdeu-se tempo, vamos para casa e não se ganha dinheiro”, lamenta.
José Pereira diz ter perdido “uma consulta que seria importante” e que agora terá que ser remarcada sem saber para quando.
Apesar de as duas últimas reuniões negociais com o Ministério da Saúde estarem agendadas para os dias 7 e 11 de julho, a Federação Nacional dos Médicos decidiu manter a paralisação, que se estende até às 24h00 de quinta-feira, para reivindicar salários dignos, horários justos e melhores condições de trabalho.