Pelo menos um milhão de crianças na Nigéria não podem ir à escola no ano letivo que começa este mês, por causa da violência na sequência dos raptos que ocorreram nos últimos meses, alerta a Unicef.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 37 milhões de crianças nigerianas iniciam este mês o novo ano escolar, mas pelo menos um milhão não vai conseguir ir às aulas por causa dos receios dos pais sobre os raptos.
"É inaceitável que as comunidades tenham de se preocupar com o envio dos filhos para a escola por terem medo de que sejam sequestrados naquele que devia ser um espaço seguro", disse o representante da Unicef neste país africano, Peter Hawkins.
O responsável considerou "inaceitável que as crianças tenham medo de voltar a encontrar os seus amigos e as aulas, e que os pais tenham medo de enviar os filhos para a escola, sabendo que podem não os voltar a ver".
"Esta insegurança tem de terminar para que as crianças possam voltar à sua vida normal", defendeu Hawkins, num comunicado citado pela agência espanhola de notícias Efe.
Desde janeiro já houve 20 ataques a escolas na Nigéria, com 1.436 crianças raptadas, 16 crianças mortas e mais de 200 crianças continuam desaparecidas, de acordo com os números da Organização das Nações Unidas.