A alteração do calendário escolar, devido à pausa obrigatória de 15 dias, fez com que as datas dos exames fossem adiadas. Assim, a primeira fase passa para julho (em vez de junho) e a segunda irá decorrer em setembro (e não em julho), anunciou o ministro da Educação nesta sexta-feira, na Renascença.
"Como no final do ano vamos ter mais uma semana de aulas, o calendário escolar andou todo para a frente e vamos ter uma primeira fase de exames a acontecer em julho, em vez de ser em junho, e uma segunda fase de exames a acontecer em setembro, em vez de acontecer em julho, como tradicionamente acontece", afirmou.
Convidado do programa As Três da Manhã, Tiago Brandão Rodrigues anunciou ainda que as provas de aferição de Educação Física e de Expressões Artísticas foram canceladas.
"Em concreto, as provas de aferição de Educação Física e de Expressões Artísticas, essas sim, foi decidido não realizar neste momento, também porque se iriam realizar em maio – são as que se realizam mais próximo do momento onde estão – e também pela partilha de elementos e por todas as questões que conhecemos", sustentou.
Quanto às restantes disciplinas, o ministro diz ser cedo para tomar decisões, pois, "neste momento não temos elementos que nos permitam, inequivocamente, dizer que temos de condicionar esta ou aquela opção".
"Por agora, o que fizemos foi uma uma transposição do horário", afirmou, acrescentando que o Governo vai manter-se atento à situação epidemiológica do país e, "em momento oportuno, teremos de tomar decisões relativamente a isto".
O novo calendário escolar, que já foi divulgado, é publicado nesta sexta-feira.
Já quanto ao calendário de regresso às aulas, nada previsto para já, mas Tiago Brandão Rodrigues defende que “as escolas devem ser as primeiras infraestruturas” a reabrir.
“Infelizmente, estamos a atravessar uma terceira vaga desta pandemia e sabemos que existem um conjunto de variáveis, inclusivamente as novas variantes, que têm provocado uma entropia maior, uma forma de analisar o que estamos a viver no dia-a-dia bem mais complexa”, começa por explicar.
“Trabalhamos todos os dias para pensar como poderemos regressar às aulas”, garante o ministro, lembrando que as escolas estiveram abertas “o maior número de dias possível”. Contudo, “neste momento, é prematuro adiantar qual vai ser a solução” para a reabertura.
O ensino à distância foi retomado a 8 de fevereiro, depois de as aulas terem sido suspensas a 22 de janeiro.
Durante a entrevista, o ministro da Educação anunciou ainda a chegada de 15 mil computadores para a semana. “Comprámos, ainda no ano passado, 335 mil computadores, que foram agora suplementados com 15 mil computadores”.
O ministro faz ainda um “balanço globalmente positivo” da primeira semana de ensino à distância e explica que os 15 dias de paragem obrigatória se deveu ao facto de valorizar mais as aulas presenciais do que as dadas através do computador.
“Nós não sobrevalorizamos excessivamente o ensino à distância e o que nos disseram os pais e diretores é que ainda estamos num momento em que podemos compensar com dias presenciais”, explicou.
“Como não estávamos no final do ano ou mesmo a aproximar-nos do final do ano, ainda tínhamos a possibilidade de fazer aqui uma pausa letiva – aliás, outros países fizeram exatamente a mesma coisa, como, por exemplo, a Alemanha – de duas semanas, que serão compensadas com dias no Carnaval, na Páscoa e no final do ano”, concretizou.