São duas críticas de uma só vez: Pedro Nunos Santos está empenhado em "fazer oposição ao PS de António Costa" e esqueceu-se de boa parte do país na carta que enviou ao primeiro-ministro. Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, reagiu assim à carta que o líder do PS escreveu a Luís Montenegro, e que tem por objetivo alcançar um acordo entre os dois partidos.
"Trata-se da evidência e da confirmação de que Pedro Nuno Santos e de que o PS de Pedro Nuno Santos estão empenhados em fazer oposição ao PS de António Costa", acusou Rui Rocha, falando aos jornalistas no Parlamento. Já os "problemas dos portugueses" ficam por resolver.
Na carta, Pedro Nuno Santos diz estar disponível para chegar a um acordo em 60 dias que resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública. Montenegro respondeu e promete marcar reunião para breve.
"Mais do que esta troca tacticista de cartas sobre um eventual orçamento retificativo — que se calhar nem vai existir — e esta demonstração de abertura, ela própria tacticista porque tem prazo marcado, o que é preciso perguntar ao primeiro-ministro é se para além destas carreiras, está ou não em condições de garantir a baixa de impostos necessária às famílias e às empresas, a reforma da saúde, que o próximo ano letivo vai começar com professores nas escolas, se o sistema eleitoral passa não desperdiçar as centenas de milhares de votos", disse Rui Rocha. No entanto, o presidente da IL sublinhou que está de acordo com a necessidade de melhorar as carreiras de polícias, professores e profissionais de saúde.
Quanto à parte do país que "ficou de fora", Rui Rocha referia-se, por exemplo, aos alunos sem professores, aos utentes sem consultas e cirurgia a tempo ou as "famílias e empresas asfixiadas pelos impostos".