O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol já decidiu os castigos aos jogadores expulsos na sequência dos confrontos após o apito final do clássico entre FC Porto e Sporting.
João Palhinha, do Sporting, que segundo o relatório do árbitro agrediu Agustín Marchesín "com uma estalada", vai cumprir três jogos de suspensão. O guarda-redes do FC Porto, que por sua vez "pontapeou um adversário", foi punido com dois encontros de castigo.
Os casos de Pepe e Bruno Tabata são mais complexos. O central do Porto foi expulso por "pontapear um diretor da equipa adversária", enquanto o extremo do Sporting "empurrou um diretor da equipa adversária". O CD instaurou um processo disciplinar a ambos, mas não só.
"Não obstante a instauração do processo disciplinar, atendendo ao facto de ambos os jogadores terem sido expulsos com exibição de cartão vermelho, encontram-se suspensos de forma preventiva automática, de acordo com o disposto no artigo 37.º, número 3, alínea a) do RDLPFP, pelo período de 2 (dois) jogos oficiais (período máximo previsto regulamentarmente)", pode ler-se no comunicado.
Significa isto que Pepe e Tabata foram suspensos por dois jogos, cada, de forma preventiva automática. Além disso, na sequência do processo disciplinar que lhes foi instaurado, ambos podem incorrer em castigos de dois meses a dois anos, por agressão a um agente desportivo.
Outro jogador alvo de processo disciplinar é Matheus Reis, do Sporting, por ter feito um gesto obsceno para Francisco Conceição, do Porto.
Sebastián Coates, que deixou o Sporting com dez jogadores, no início da segunda parte, ao ver o segundo cartão amarelo e consequente vermelho, foi suspenso por um jogo. Ricardo Esgaio falha o próximo jogo do Sporting, diante do Estoril, após ter visto o quinto amarelo.
Carlos Fernandes, treinador adjunto de Rúben Amorim, foi expulso antes de um canto a favor do FC Porto num dos últimos lances do jogo por ter entrado nas quatro linhas para dar instruções à equipa do Sporting. Pela interferência, foi castigado com um jogo de suspensão.
O CD também instaurou processos a disciplinares a Luís Gonçalves, administrador da SAD do FC Porto, e Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting, e suspendeu-os por 20 dias, cada.
O organismo federativo promete, ainda, investigar o objeto metálico que Pepe tentou ocultar, o arremesso de uma garrafa de água e de um isqueiro por parte de um apanha-bolas para uma zona onde se encontravam jogadores do Sporting, e as agressões de coletes azuis a Matheus Reis.
Também estão sob investigação os confrontos entre o presidente do Sporting, Frederico Varandas, e dois elementos do FC Porto: Vítor Baía, vice-presidente, e Rui Cerqueira, diretor de comunicação.
Em declarações a Bola Branca, na segunda-feira, o jurista Diogo Soares Loureiro, especialista em direito do desporto, admitia como possível uma interdição do estádio do FC Porto.
"Pode e virá à discussão. Temos vários comportamentos imputados e comparticipação de elementos que não são jogadores e com intervenção direta no terreno de jogo. O Conselho de Disciplina poderá trazer para cima da mesa a interdição do estádio", reconheceu o jusrista.
As imagens televisivas de diferentes canais serão tidas em conta, para além dos relatórios entregues ao Conselho de Disciplina.
"As imagens, neste caso, serão tidas em conta, assim como os relatórios do árbitro, delegado da liga e das forças policiais. O que vem no relatório do árbitro, existe uma presunção de veracidade e que o que vem lá é totalmente verdade. O Conselho de Disciplina analisará tudo com cuidado", sublinhou Diogo Soares Loureiro.