A desflorestação da Amazónia brasileira aumentou 54% nos últimos 10 meses face ao período imediatamente anterior, com um total de 4.567 quilómetros quadrados de floresta destruída entre agosto do ano passado e maio de 2020.
Os dados são do Sistema de Alerta ao Desmatamento da organização não-governamental Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazónia (Imazon), sobre o período acumulado entre agosto de 2019 e maio de 2020.
Somente em maio, a Amazónia brasileira perdeu 649 quilómetros quadrados de floresta tropical nativa, registando a segunda maior taxa de desflorestação para este mês da última década.
Os dados do Imazon indicaram que o avanço da destruição da Amazónia continua a subir dentro das terras indígenas invadidas e que estão a ser também ameaçadas pelo contágio da covid-19.
O território indígena brasileiro mais afetado pela desflorestação em maio foi o Kayapó, no estado amazónico do Pará.
Nesta comunidade, invadida por mineiros e lenhadores e fazendeiros, foram registados pelo menos 105 casos confirmados do novo coronavírus e três mortes, segundo dados do Instituto Socioambiental (ISA).
Em operação desde 2008, o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon constitui uma ferramenta de monitorazação desenvolvida com base em imagens de satélite que deteta áreas desflorestadas de um hectare, mesmo em condições nubladas.
Desde que Jair Bolsonaro chegou à Presidência do Brasil em janeiro de 2019, a destruição da maior floresta tropical do mundo no país aumentou.
Em 2019, a taxa de desflorestação da Amazónia brasileira subiu 85% para 9.165 quilómetros quadrados, o nível mais alto desde 2016, segundo dados oficiais.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa única área do planeta.
Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).