Viktor Soloviov, 63 anos, parte de Braga rumo à Ucrânia para lutar pelo seu país. É um dos seis voluntários, todos com mais de 60 anos, que decidiram regressar a casa em tempo de guerra.
“É o meu dever, é o meu país, a minha vida”, explica à Renascença o atleta da equipa ucraniana que chegou a Braga para o campeonato europeu de Masters a 20 de fevereiro.
Foi durante a competição que os 21 elementos da comitiva foram surpreendidos com o estalar de um conflito que ninguém esperava. “Foi uma surpresa. Não acreditávamos que Putin fosse capaz de fazer isto”, admite Mikael Ostasesky, outro dos atletas da equipa.
As famílias permanecem na Ucrânia . A filha de Valentyna Krepkina está em Kiev e as notícias “não são as melhores”, reconhece a treinadora.
“Ela escreve-me algumas palavras, mas não são boas. Ela é forte. Ela sabe o que fazer. Estou orgulhosa da minha filha. Sei que ela não quer partir deixar a Ucrânia”, revela.
Apesar das dificuldades, Valentyna mostra-se confiante numa vitória do povo ucraniano e é com emoção que nos fala da força do seu país. “ Acredito numa melhor saída para a Ucrânia. Acredito no povo ucraniano. Somos um país pequeno, mas uma nação forte. Sei que temos o apoio do mundo contra Putin”.
Valentyna e mais 16 elementos da comitiva ucraniana vão ficar, por enquanto, pela capital do Minho. Seis dos atletas decidiram apanhar “boleia” do autocarro que parte de Braga rumo à fronteira da Polonia com a Ucrânia para trazer refugiados para se juntarem às forças da resistência contra a invasão russa.