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O Hospital Amadora-Sintra transferiu 48 doentes, na noite desta terça-feira, para outras unidades hospitalares e, já esta quarta-feira, vai ser aberta uma enfermaria Covid no Hospital da Luz para receber mais 19 doentes, confirmou à Renascença fonte hospitalar.
Trata-se de uma situação inédita, uma vez que serão os profissionais do Hospital Amadora-Sintra a assegurar a assistência a doentes Covid deste hospital do SNS numa unidade de saúde privada, acrescentou a mesma fonte.
Antes, em comunicado, o Amadora-Sintra confirmou que, ao início da noite desta terça-feira se verificou "um conjunto de constrangimentos na rede de fornecimento de oxigénio medicinal. Esta situação tornou aconselhável a diminuição do número de doentes internados a quem é necessário administrar oxigénio em alto débito, pelo que se está a proceder à transferência de 48 doentes para outras unidades de saúde da região de Lisboa", pode ler-se na nota.
O hospital acrescenta que "não está em causa a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede, mas sim a dificuldade da estrutura existente em manter a pressão. Assim é necessário aliviar o consumo de oxigénio para estabilizar a rede e repor a normalidade" e que "em momento algum os doentes internados estiveram em perigo devido a esta ocorrência. Os constrangimentos referidos foram colmatados com recurso a garrafas de oxigénio, envolvendo a mobilização de vários profissionais cujo esforço se agradece publicamente".
Em conferência de imprensa, o enfermeiro-diretor do Hospital Amadora-Sintra, Rui Santos, confirmou que todos os doentes transferidos "são doentes Covid", nenhum dos quais em cuidados intensivos. "São doentes de enfermaria", que foram transferidos para hospitais mais próximos.
"20 para o hospital de Santa Maria, 11 para os hospitais de retaguarda das Forças Armadas e da Cidade Universitária, quatro para Portimão e os restantes, em princípio, para Setúbal", completou fonte hospitalar à Renascença.
"Nas últimas 72 horas abrimos três enfermeiras Covid-19 - 90 camas - no hospital. Vamos, agora, avaliar o impacto desta redução de doentes no hospital", afirmou, ainda, em conferência de imprensa, o enfermeiro-diretor que, questionado se o hospital estava sem capacidade de receber mais doentes infetados com novo coronavírus, sublinhou que a unidade pode "continuar a receber doentes Covid-19", mas que tem de ir fazendo "um equilíbrio entre os doentes que internados e a rede de oxigénio".
Segundo avança o jornal “i”, sete administrações de hospitais da Área Metropolitana de Lisboa enviaram um documento à Administração Regional de Saúde de Lisboa - com conhecimento do Ministério da Saúde - onde relatam o esforço que está a ser feito pelas diferentes unidades. Pede-se melhor distribuição de doentes entre hospitais da zona centro e norte da capital (cuja taxa de ocupação ronda os 25-32%) e as unidades da periferia (com taxa de ocupação entre os 45 e os 71%).