O médico e professor António Coimbra de Matos, "incontornável figura da saúde mental", morreu esta quinta-feira, aos 92 anos, disse à Lusa uma fonte da família.
António Coimbra de Matos nasceu a 20 de dezembro de 1929, em Galafura, uma aldeia perto de Peso da Régua, mas foi em Lisboa que se formou e desenvolveu a sua carreira que se baseou em três eixos, resumidos pelo próprio: "Fiz-me psiquiatra, para não ter de ir ao psiquiatra; psicanalista, na procura de me entender; professor, com a finalidade de aprender", afirmava.
Licenciou-se, na capital, em Medicina, com especialização em psiquiatria, e dirigiu o Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil e o departamento de pedopsiquiatria do Hospital D. Estefânia, onde fez o seu trabalho hospitalar até se reformar.
Em 1982, iniciou a sua carreira de docente tornando-se, a partir de 1990, professor associado convidado do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), cujo site caracteriza o professor como "a mais incontornável figura da saúde mental em Portugal".
Além de ter escrito vários artigos e livros, António Coimbra de Matos foi fundador e presidente de diversas sociedades científicas, nomeadamente da Sociedade Portuguesa de Psicossomática, da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica e ainda do Colégio de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Ordem dos Médicos.
Nos últimos anos de vida, desenvolveu a sua atividade na Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP), como analista didata e presidente da comissão de ensino.
Mais do que médico e professor, António Coimbra de Matos procurou investir no ensino e formação de novos psicanalistas e promover o trabalho científico desenvolvido pela SPP, tendo recebido vários prémios, nomeadamente, internacionais, como o "Distinguished Psychoanalytic Educator Award 2012".
O corpo vai estar em câmara-ardente na Igreja São João de Deus, na Praça de Londres, esta sexta-feira, a partir das 16h30, e o funeral será no Cemitério dos Olivais, este sábado, às 12h00.