Rui Vitória tem um "trunfo" na manga para "blindar", com naturalidade, o plantel do Benfica de vários meses de intensos ataques ao emblema da Luz, por diversos casos judiciais. O último dos quais, que marcou a semana, diz respeito ao diretor jurídico Paulo Gonçalves, principal arguido no processo "e-toupeira".
"Somos pessoas e seres humanos mas estamos a viver, no futebol português, há muito tempo um ambiente em perfeita ebulição. A nossa vantagem é a preparação, porque temos vivido com dificuldades dessa natureza. Os meus jogadores estão peparados. Temos a capacidade de distinguir tudo isso. Há algo que nos favorece: temos, no Seixal, a nossa 'caixa forte'. Quando entramos no nosso local de trabalho, o nosso foco é o jogo seguinte e o que temos de corrigir do jogo anterior. Isso é o que nos foca e que nos regula. Estamos prontos para o jogo de amanhã (Desportivo das Aves), vacinados com tudo o que é o envolvimento do futebol português", reagiu o treinador, esta sexta-feira, durante a antevisão do encontro da jornada 26 da Primeira Liga.
Remetendo a sua posição pessoal sobre o tema para o comunicado emitido, ao final da tarde, pela Direção do Benfica, relativamente ao processo que envolve Paulo Gonçalves, Rui Vitória foi questionado sobre se este novo "dossier" poderá voltar a colocar em causa a conquista dos títulos dos últimos anos.
"Quando se ganham títulos e há vitórias como as que temos, isso é o trabalho de muita gente e feito com muito mérito. Ninguém ganha sem esse sacrifício. O que foi conquistado, da parte que me diz respeito, é inteiro mérito, sofrimento, qualidade, união e isso é o maior trunfo que temos", garantindo que a semana de preparação para a recepção aos avenses foi perfeitamente "normal".
"Preocupo-me é com o jogo", disparou. "Os meus jogadores são verdadeiros campeões, não só com os títulos que têm. Foi uma semana normal de trabalho. Do portão da nossa caixa forte para dentro, é a nossa vida. Fizemos o nosso trabalho em condições perfeitamente normais", completou.