Começa agora o fim de um impasse político em Espanha que dura há quase um ano e que teve duas eleições legislativas de permeio para tentar encontrar um governo.
Ao longo de todo este tempo houve em Madrid o chamado governo de gestão, com poderes reduzidos, mantendo apenas o país a funcionar. Foi quanto bastou para que a economia espanhola se mantivesse num ritmo de crescimento recorde na Europa – as previsões apontam para um crescimento de 2,8% este ano, facto que já se nota na diminuição do desemprego.
Aqui em Portugal o resultado das eleições de Outubro deixou o país a temer um impasse político ou um cenário difícil e instável com a invenção da “geringonça”. Afinal, a solução tornou-se estável, mas a economia do país não correspondeu e abrandou o crescimento, prevendo-se que venha a ficar em 1,1%.
O que isto revela é que, apesar da tróica e dos apertos por que passámos, não conseguimos libertar-nos deste triste fado de ter uma economia muito dependente do estado e das decisões políticas. Aqui ao lado, a economia espanhola provou ser adulta e conseguir resistir a uma crise política sem precedentes.
Entre a crise política espanhola e a crise económica que não passa em Portugal, é caso para dizer que os espanhóis ficaram com a melhor crise, enquanto nós “geringonçamos” à procura de um crescimento que não chega, capaz de dar confiança aos investidores e empregos aos desempregados.