Vera Jardim e a ameaça de sanções: "Não está em causa só o défice de 2015"
05-07-2016 - 00:07
 • Raquel Abecasis

No programa Falar Claro da Renascença, o socialista acusa Passos Coelho de fazer declarações irresponsáveis. Já o social-democrata Morais Sarmento espera que António Costa, "por baixo ou por cima da mesa, apresente qualquer coisa que reforce o compromisso" de Portugal com as metas europeias.

A Comissão Europeia vai ponderar outras questões para lá do défice de 2015 na decisão sobre aplicação de sanções a Portugal, admite o socialista Vera Jardim no programa "Falar Claro" da Renascença.

"Não está em causa só o défice de 2015, basta ver o regulamento que diz respeito às sanções, porque também diz que serão apreciadas as medidas que o país está a implementar", afirma o antigo ministro da Justiça.

Vera Jardim a Nuno Morais Sarmento não acreditam que a reunião desta terça-feira do colégio de comissários europeus seja o “dia D” para Portugal, mas não têm dúvidas de que nas próximas horas António Costa vai ter que dar garantias a Bruxelas.

"No ‘politiquez’ habitual, a que já estamos habituados, vai ser dado mais um prazo", diz o social-democrata Morais Sarmento.

O antigo ministro da Presidência espera que este prazo "permita que António Costa, por baixo ou por cima da mesa, apresente qualquer coisa que reforce o compromisso" de Portugal com as metas europeias.

Vera Jardim diz que as declarações dos últimos dias dos antigos governantes sociais-democratas Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque foram irresponsáveis e "seguramente foram ouvidas lá fora".

Não vai haver resgate mas...

As polémicas declarações do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, sobre um hipotético segundo resgate a Portugal também estiveram em debate no programa “Falar Claro” desta semana.

Morais Sarmento considera que não se tratou de uma gaffe e que este é, aliás, "o sentimento de muitos países da União Europeia".

O social-democrata não acredita que venha a haver resgate, "porque a Europa já aprendeu com os próprios erros". Portanto, diz Sarmento, apresentará outra solução.