Obesidade pode comprometer eficácia de vacina contra a Covid-19
27-08-2020 - 12:53
 • Sofia Freitas Moreira com Renascença

A obesidade duplica o risco de tratamento hospitalar para a Covid-19 e aumenta em quase 50% o risco de morte pelo novo coronavírus, sugere uma análise global.

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A obesidade aumenta as probabilidades de contraír problemas de saúde como a diabetes e a tensão arterial, avança uma equipa de investigadores dos Estados Unidos.

Acompanhado por um sistema imunitário mais enfraquecido, estes indivíduos tornam-se mais suscetíveis a contraír sintomas graves relacionados com a Covid-19, indica a BBC.

A equipa avisa ainda que uma vacina contra a doença poderia ser menos eficaz em pessoas obesas, baseado no facto de que as vacinas contra a gripe não resultarem tão bem em pessoas com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

A equipa, da Universidade da Carolina do Norte, analisou dados de 75 estudos de várias partes do mundo que, ao todo, estudaram quase 400 mil pacientes.

A população com obesidade tem o dobro das possibilidades de vir a ser internado devido à contração da Covid-19 e têm 74% mais probabilidades de serem encaminhados para as unidades de cuidados intensivos. O risco de morte também é mais elevado nestes indivíduos.

Barry Popkin, o professor que orientou o estudo em causa, disse que os riscos de complicações com a Covid-19 acrescidos pela obesidade são "muito mais elevados do que o esperado".

"As equipas de investigação das potenciais vacinas deviam avaliar os efeitos que podem ter em indivíduos obesos", indica Popkin.

Com as taxas de obesidade a aumentarem gradualmente no mundo e com o facto de 20% da população de quase todos os países sofrer de obesidade, entender como os tratamentos e as vacinas resultam neste grupo de pessoas é "crítico", comenta o professor norte-americano.