O 77º dia de guerra na Ucrânia, o exército russo está a utilizar artilharia pesada, tanques e bombardeamentos aéreos para atacar o complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol. Este é o único reduto da resistência ucraniana naquela cidade no sul do país.
"Mariupol. Azovstal. Neste momento... Azovstal está a ser atacada não apenas pelo céu, mas também com artilharia e tanques. Estão a ser feitas tentativas de um assalto a partir de fora. Azovstal está a pegar fogo novamente após o bombardeamento", escreveu Petro Andriushchenko, assessor do autarca de Mariupol, na rede social Telegram.
No mesmo dia, soube-se que as forças russas destruíram 101 hospitais e danificaram ou capturaram cerca de 200 ambulâncias em todo o país desde o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, denunciou hoje o Ministério da Saúde ucraniano.
Esta quarta-feira, o secretário-geral da ONU previu esta quarta-feira que um acordo de paz na Ucrânia é inevitável, mas que não será alcançado num futuro imediato.
"Esta guerra não se manterá para sempre. Haverá um tempo para as negociações de paz, mas não vejo isso num futuro imediato. Posso dizer uma coisa: Nunca desistiremos", acrescentou, em conferência de imprensa junto ao presidente austríaco, Alexander Van der Bellen.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, citado pela agência Reuters, afirmou sobre o alastrar da guerra que essa não é uma possibilidade bem vista pela Rússia.
“Se estão preocupados com a perspetiva de uma guerra na Europa, não queremos isso de todo”, disse o
O governante falava em Muscat, a capital de Omã, após uma reunião com o seu homólogo daquele país.
Contudo, Sergey Lavrov acusou os países do Ocidente de quererem ver a Rússia derrotada — colocando sobre o Ocidente a responsabilidade de uma eventual guerra. “Chamo a vossa atenção para o facto de o Ocidente estar constante e persistentemente a dizer que, nesta situação, é necessário derrotar a Rússia.”
A guerra com a Rússia teria sido evitada se a Ucrânia fosse membro da aliança da NATO, disse o presidente Volodymyr Zelensky.
E acrescentou: “A cada nova Bucha, a cada nova Mariupol, a cada nova cidade onde há dezenas de mortos, casos de violação, a cada nova atrocidade, desaparece o desejo e a possibilidade de negociar, assim como a possibilidade de resolver esta questão de forma diplomática."
Isto num dia em que a Câmara dos Representantes anunciou um pacote de ajuda à Ucrânia de 38 mil milhões de euros e Zelenskiy agradeceu aos “amigos” norte-americanos.
O presidente sublinhou a “rápida aprovação” do apoio financeiro, no contexto da invasão russa à Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro.