A comunidade de Samalut, na Diocese de Minya, vai assinalar, durante 15 dias, o martírio, há sete anos, de vinte trabalhadores cristãos assassinados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, numa praia da Líbia.
As homenagens aos mártires coptas têm início esta terça-feira e irão prolongar-se até dia 15 de fevereiro e vão acontecer, quase todas, no santuário erguido na cidade de al Awar, onde quase todos eles viviam.
De acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), celebrações litúrgicas, encontros de oração, palestras e visitas ao museu que foi, entretanto, construído junto ao santuário, são algumas das iniciativas que a diocese de Samalut está a organizar nestes dias que pretendem ser também de “despertar espiritual”.
“Eram vinte egípcios e um ganês. Todos humildes operários que se encontravam na Líbia procurando ajudar as parcas economias domésticas. Estes vinte e um cristãos foram capturados por um comando jihadista e degolados posteriormente numa encenação quase hollywoodesca divulgada através das redes sociais pelos terroristas”, assinala a AIS.
O martírio dos cristãos na Líbia chocou o mundo. As imagens divulgadas na altura evidenciavam “a barbaridade dos terroristas e, em simultâneo, a fidelidade destes homens até ao último momento das suas vidas”.
Os restos mortais dos trabalhadores cristãos foram encontrados apenas em setembro de 2017, numa vala comum na costa da Líbia, perto da cidade de Sirte. Todos os corpos foram encontrados com as mãos amarradas nas costas, tal como estavam quando foram filmados pelos jihadistas no vídeo de execução.
O vídeo da decapitação foi divulgado no dia 15 de fevereiro de 2015, data que passou a ser, por decisão do Patriarca Copta Ortodoxo Tawadros II, de memória deste martírio.