Há cerca de 20.000 doentes à espera de uma consulta de saúde mental no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os números constam do relatório de acesso a cuidados de saúde mental, realizado pela Entidade Reguladora da Saúde.
De acordo com o documento, mais de metade desses doentes estão mesmo classificados como muito prioritários, sendo que o tempo máximo de espera para uma consulta é superior a três meses e meio, o que ultrapassa o legalmente previsto.
O relatório conclui ainda que ao nível da acessibilidade geográfica, “estima-se que a Rede de Referência Hospitalar (RRH) de adultos cubra 74% da população do território de Portugal continental até 30 minutos e que a cobertura aumente para os 95% quando se considera um tempo limite de 60 minutos”. Já no que toca à RRH da infância e da adolescência a cobertura é de “cerca de 71% da população a 30 minutos e 94% a 60 minutos”.
Em comunicado, a Entidade Reguladora da Saúde nota que as dotações de recursos humanos afetos a cuidados de saúde mental nos hospitais do SNS, relativas à população residente nas regiões de saúde, cresceram de 2013 para 2022 a nível de médicos, psicólogos e enfermeiros.
“Em termos de atividade desta rede de hospitais, o volume de consultas de psiquiatria tem crescido de forma sustentada desde 2018, a uma taxa média anual de 5%, e que o número de consultas de psicologia cresceu todos os anos a nível nacional, a uma taxa média de crescimento anual de 12%”, acrescenta o documento.
Já o número de internamentos em saúde mental apresentou uma redução média de “cerca de 2% ao ano entre 2018 e 2022” enquanto “o número de episódios de urgência de saúde mental manteve-se constante no período analisado”.
“Ao nível do tempo de espera para atendimento, durante o primeiro semestre de 2023, 39% das consultas hospitalares de psiquiatria foram realizadas com um tempo de espera que excedeu os Tempos Máximos de Resposta Garantidos fixados legalmente”, lê-se no documento.