Sérgio Abrantes Mendes compreende a "teimosia" de Bruno de Carvalho de não se demitir e explica que o presidente do Sporting depende do clube para subsistir e que, quando deixe o cargo, terá de emigrar.
Em entrevista à Renascença, o antigo dirigente leonino alega que "há muitos interesses individuais instalados" no clube. A "teimosia" de Bruno de Carvalho "não é propriamente teimosia", explica:
"Saindo da presidência do Sporting, Bruno de Carvalho não tem lugar onde cair morto. Todos sabemos da vida difícil dos emigrantes portugueses, tive parentes que emigraram. Bruno de Carvalho, por culpa própria, por diletância, por teimosia, por falta de qualidade, terá de porventura ir procurar lugar de sustento noutro ponto do globo".
"Bruno de Carvalho convenceu-se de que com ele é que o Sporting começou a existir. É mentira. Isso é um equívoco brutal e foi o princípio do fim dele. Ele vai acabar para bem de todos os sportinguistas e sobretudo para bem do Sporting Clube de Portugal", atira.
Críticas às demissões tardias e a Marta Soares
O também antigo candidato à presidência do Sporting salienta que as demissões da mesa da assembleia geral (AG) e nos conselhos fiscal e disciplinar já deviam ter acontecido "há muito tempo", uma vez que os referidos órgãos "sempre foram cúmplices" com Bruno de Carvalho.
Abrantes Mendes também aponta ao dedo ao presidente da mesa da AG, Jaime Marta Soares: "Não esqueço o beneplácito constante e sucessivo que o presidente da mesa da assembleia geral e todos os elementos desse órgão deram a Bruno de Carvalho ao longo do tempo aceitando comportamentos inaceitáveis e altamente injuriosos e difamadores contra tudo e contra todos. E nunca se ouviu um reparo".
Abrantes Mendes não se candidata à presidência
Quanto ao hipotético futuro do Sporting, num pós-Bruno de Carvalho, Sérgio Abrantes Mendes acredita que há vários elementos prontos a assumir o leme do clube, mas não se inclui nesse lote.
"Estou pronto a ajudar o Sporting mas entendo que o meu tempo já passou. Existem pessoas no universo leonino muito mais capazes de abraçar esta tarefa gigantesca de sustentar o futuro do clube. Se identificasse uns e não identificasse outros estaria a ser injusto", frisa.