O presidente do PSD classifica o caso de Tancos como “gravíssimo”, mas remete para mais tarde, ainda esta quinta-feira, uma reação à acusação do Ministério Público, que acusa o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes de vários crimes.
No final de uma visita a uma produção de arroz em Santo Estêvão, concelho de Benavente, Rui Rio foi questionado se a acusação hoje conhecida não atinge o atual Governo e o primeiro-ministro, António Costa.
“O caso de Tancos é um caso que já todos percebemos que não é grave, é gravíssimo. Eu não tenho neste momento conhecimento exato da acusação, vou ver com mais atenção e mais logo falo sobre esse assunto”, prometeu.
O líder do PSD fez ainda questão de realçar que, se tem falado muito sobre quebra do segredo de justiça e de “julgamentos na praça pública”, tal não se aplica a partir de agora ao caso de Tancos.
“Agora, entramos numa fase diferente, não há segredo de justiça, agora há acusação em concreto. É um assunto de muito relevo político, é normal, até quase obrigatório que se discuta esta matéria”, disse.
Instado a responder se António Costa deve explicações ao país ou sobre o momento em que foi divulgada a acusação, em plena campanha eleitoral, Rio voltou a remeter todos os comentários para mais tarde.
“Eu logo comento isso, não passa dia de hoje (…) Uma das críticas que me ouvem fazer de modo geral é as pessoas falarem por ‘soundbytes’ e sem conhecimento concreto”, frisou.
O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes foi hoje acusado pelo Ministério Público de abuso de poder, denegação de justiça e prevaricação no "caso de Tancos" e proibido do exercício de funções.
O ministério Público acusou no total 23 arguidos no caso do furto e da recuperação das armas do paiol da base militar de Tancos.
Os arguidos foram acusados de crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.